Tabagismo na Europa: dados mostram que consumo ainda é alto no continente

13 de janeiro de 2023 4 minutos
Europeanway

As restrições ao tabagismo têm avançado ao longo dos anos e cada vez mais surgem. Na Europa não é diferente e regras impõem práticas educativas e protetivas nos países, caso da Espanha, onde empresas tabagistas terão a obrigação de limpar as pontas de cigarro das ruas e praias do país, de acordo com a nova legislação ambiental. Além de limpar os locais por conta do consumo de cigarros, os fabricantes terão que promover ações de educação para que os consumidores não descartem as bitucas ou resíduos de cigarros no meio ambiente.

Ainda está sendo definido como essas medidas serão implementadas, quanto custarão aos fabricantes de cigarros e se os custos serão repassados aos consumidores.

A legislação está de acordo com as diretrizes do Green Deal da União Europeia, que está tomando medidas legais sobre o uso de plásticos descartáveis, obrigando os poluidores a serem responsáveis pelo que deixam para trás.

De acordo com dados oficiais da União Europeia, 19,7% da população do da Europa fuma diariamente. Em 2019, 5,9% fumavam 20 ou mais cigarros diariamente e 12,6% fumavam menos de 20 unidades.

Os países com o maior percentual de fumantes na União Europeia são a Bulgária (28,2%), seguida da Turquia (27,3%), Grécia (27,2%), Hungria (25,8%) e Letônia (24,9%). Já os países com menor número de fumantes são a Suécia (9,3%), Islândia (11,2%), Finlândia (12,5%), Noruega (12,9%) e Luxemburgo (13,5%).

A Suécia, o país europeu com as taxas mais baixas de tabagismo, luta contra os cigarros há anos. Fumar foi proibido em todos os bares e restaurantes no início de 2005. Em 2019, a proibição foi estendida para incluir lugares ao ar livre em bares e restaurantes, bem como em locais públicos.

Na Espanha, onde a limpeza de resíduos de cigarros e campanhas educativas passarão a ser obrigatórias, 23,1% da população, ou um em cada quatro espanhóis, tem o hábito de fumar todos os dias. Número que dá a dimensão do desafio, tanto para a gestão de resíduos quanto para os impactos na saúde pública.

Um relatório da Fundação Catalana Rezero estimou que as autoridades locais pagam entre € 12 e € 21 por cidadão ao ano, para limpeza de cigarros nas estradas. O número sobe nas cidades costeiras, em particular.

Na análise sobre o consumo de cigarros de acordo com o gênero, na Europa os homens são mais propensos a fumar do que as mulheres; 22,3% dos homens com 15 anos ou mais são fumantes diários, em comparação com 14,8% das mulheres.

Em alguns países, a diferença entre os dois gêneros é menor ou até invertida. Na Suécia, por exemplo, apesar das proibições, tem sido mais difícil para as mulheres parar de fumar; 6,8 por cento ainda o fazem, em comparação com 5,9 % dos homens. Na Dinamarca, 11,7% dos homens fumam e 11,8% das mulheres. Na Noruega, a diferença também é estreita; 11% dos homens fumam e as mulheres estão dois pontos atrás, com 9,4%.

As informações mostram também que fumantes diários fumam há pelo menos 10 anos. Na União Europeia, a grande maioria dos fumantes diários em 2019 (76,2%) fuma há pelo menos 10 anos.

Mais que um problema ambiental, o tabagismo é um problema de saúde pública. A Organização Mundial de Saúde estima que o tabaco é uma das maiores ameaças à saúde pública no mundo, matando mais de oito milhões de pessoas por ano.

Apesar dos consideráveis progressos realizados nos últimos anos, o número de fumantes na União Europeia segue elevado. A direção-geral de Saúde e Segurança Alimentar da Comissão Europeia diz que o consumo de tabaco é “o maior risco evitável para a saúde e a causa mais significativa de morte prematura na UE”.

Na Europa, 757.677 dos casos de câncer são atribuíveis ao tabagismo e poderiam ser evitados, de acordo com a agência internacional de pesquisa sobre o câncer.

Cerca de 50% dos fumantes morrem prematuramente, em média 14 anos antes.

É interessante notar que a Suécia, o país com menor quantidade de fumantes do bloco, é também o país com menor incidência de câncer de pulmão.

Dados da Finlândia, Luxemburgo e Portugal também mostram uma correlação com taxas mais saudáveis de câncer de pulmão.

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