As tensões no cenário político e a corrupção são as duas maiores preocupações das empresas suecas que atuam no Brasil, que veem esses fatores como os que mais podem ter impacto negativo sobre seus negócios no país. O dado aparece na edição mais recente da “Swedish Business Climate in Brazil“, pesquisa realizada anualmente pela Câmara de Comércio Sueco-Brasileira (Swedcham Brasil).
Com 75% das respostas, a instabilidade política ficou no topo da lista de preocupações, e a corrupção, com 58%, apareceu em segundo lugar – a questão era de múltipla escolha. Publicada no fim de dezembro, a nona edição da pesquisa priorizou empresas de grande porte. Ao todo, o levantamento ouviu 53 companhias. Somadas, elas empregam, de forma direta, mais de 30 mil pessoas no Brasil.
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Assim como no ano anterior, a pesquisa identificou que a leitura que as empresas suecas fazem sobre o futuro é, em geral, positiva, ainda que, na edição mais recente, o otimismo pareça um pouco mais cauteloso. Uma das grandes mudanças entre um ano e outro foi a resposta para a pergunta sobre o nível de satisfação com o ambiente de negócios no Brasil. Em 2018, as empresas que declararam estar satisfeitas ou muito satisfeitas somaram 66%; na última pesquisa, as satisfeitas eram 21% (nenhuma companhia respondeu “muito satisfeita”). “Regular”, com 62% do total, foi a resposta campeã.
Investimentos
Em contrapartida, a maioria das empresas suecas continua disposta a ampliar seu negócios no mercado brasileiro. Ao todo, 59% das entrevistadas informaram que pretendem aumentar seus investimentos no Brasil nos próximos 12 meses, e apenas 6% informaram que devem reduzir. Em 2018, a pesquisa informou que 73% pretendiam aumentar seus investimentos, embora, naquela edição, a pergunta tenha sido sobre perspectivas de investimentos para os próximos três anos.
Governo
Sobre o governo brasileiro, 62% das empresas disseram que, no geral, as medidas tomadas no primeiro ano de mandato favoreceram os investimentos estrangeiros. Por outro lado, a maioria (48% do total) declarou que o desempenho do governo ficou abaixou das expectativas ou foi muito ruim. As respostas positivas (acima das expectativas ou excelente) somaram 14%.
“Na avaliação das empresas, o primeiro ano de governo foi regular ou abaixo das expectativas, mas elas esperam que o segundo seja mais positivo”, diz a pesquisa. Essa expectativa, segundo a entidade, traz com ela a leitura da importância que as reformas têm para a economia brasileira, especialmente a tributária.
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