Por Pernille Jægerfelt Mouritsen*
Enquanto um grande número de cidades em todo o mundo faz planos ambiciosos para reduzir suas emissões de carbono, algumas, mais adiantadas, já têm metas para se tornar totalmente neutras em carbono. Copenhague é uma delas: aqui, a ideia é atingir a neutralidade (um balanço entre as emissões de combustíveis fósseis e as medidas tomadas para compensar essas emissões) em 2025.
O estágio atual mostra que atingir a meta dentro do prazo estabelecido será difícil; de qualquer forma, não se pode ignorar que os próximos passos são os mais desafiadores. Além disso, com dificuldade ou não, a capital dinamarquesa demonstra o compromisso de ser parte da solução, e não do problema.
Apesar do déficit na redução das emissões de CO2 em relação ao que está estabelecido no Plano Climático de Copenhague, o plano em si tem várias iniciativas que outras grandes cidades poderiam copiar.
Aqui estão três dessas soluções. Elas foram apresentadas no evento Scandinavian Day, realizado em São Paulo em novembro:
1. Reaproveitar edifícios antigos
Com os edifícios representando quase 40% do consumo global de energia, a renovação e adaptação de prédios já existentes, em lugar da demolição e construção de novos, é um pré-requisito para alcançar reduções suficientes de CO2 para lidar com as mudanças climáticas. Em Copenhague, a repaginação de uma propriedade de 100 anos em Ryesgade (rua da capital que concentra prédios antigos) elevou o nível de adaptação urbana sustentável. A renovação do edifício resultou em uma redução de 71% de CO2, tornando o projeto um forte exemplo de como conseguir uma alta economia de energia por meio de soluções holísticas bem pensadas.
2. Políticas de compras ecológicas
Com uma nova política de compras, Copenhague está demonstrando como o poder público pode estimular o setor privado a produzir produtos e serviços sustentáveis. A nova política de aquisições exige que, sempre que possível, o município compre produtos com rótulo ecológico. A prefeitura faz compras anuais que somam mais de 300 milhões de coroas (ou R$ 170 milhões), o que cria uma grande demanda por produtos com rótulo ecológico e ambientalmente responsáveis.
3. Sistemas inteligentes de transporte – que incluam as bicicletas
Os moradores de Copenhague pedalam, em média, mais de 1,3 milhão de quilômetros por semana. Ao introduzir um sistema de transporte inteligente conectado aos sinais de trânsito municipais, o tempo de viagem dos ciclistas é reduzido em 10%, e o tempo de viagem dos passageiros é reduzido em até 20%. Com esse sistema, a cidade está promovendo um transporte que ajuda a melhorar o clima e incentivando continuamente a deixar o carro para trás.
Fazemos parte desses esforços com a Nordic Sustainability, consultoria baseada em Copenhague que tem um profundo conhecimento sobre a perspectiva nórdica sobre sustentabilidade. A empresa trabalha com clientes escandinavos e de outras partes do mundo para garantir um impacto duradouro na sustentabilidade. Nós facilitamos a mudança organizacional em direção à sustentabilidade, fornecendo processos de estratégia, insights sobre o tema e liderança de pensamento nas jornadas de nossos clientes para nos tornarmos aptos para o futuro.
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*PERNILLE JÆGERFELT MOURITSEN é uma profissional de comunicação e consultora especializada em sustentabilidade, responsabilidade social e mudanças climáticas. Ela trabalhou com negócios sustentáveis e soluções climáticas com a organização Sustainia e foi editora da série de publicações 'Cities100' , feitas em colaboração com a C40 Cities, que apresenta iniciativas climáticas de todo o mundo. Hoje, atua como gerente de projetos na consultoria Nordic Sustainability, sediada em Copenhague