O futuro do pedal: como a Europa tem transformado o transporte com bicicletas

05 de agosto de 2024 3 minutos
Europeanway

O ciclismo é uma forma de transporte sustentável que vem ganhando cada vez mais espaço em todo o mundo frente aos desafios climáticos e a busca por mais saúde e qualidade de vida. No entanto, a utilização de bicicletas varia significativamente entre continentes, sendo a Europa um exemplo a ser seguido, graças ao alto nível de consciência ambiental da região, enquanto a América Latina, e o Brasil, estão em processo de evolução nesse sentido.

A realidade europeia

A Europa é amplamente conhecida por suas cidades bike-friendly, onde o uso de bicicletas é incentivado tanto pelo governo quanto pela população. Países como Holanda, Dinamarca e Alemanha lideram, em termos de infraestrutura cicloviária e cultura de uso das magrelas. Segundo o Eurostat, Portugal foi o maior produtor de bikes na União Europeia, em 2022, com 2,7 milhões de unidades fabricadas, no ano, de um total de 14,7 milhões contabilizadas em toda a UE.

Ainda de acordo com o Eurostat, cerca de 8% da população europeia utiliza a bicicleta como meio de transporte principal, com destaque para cidades como Copenhague, Amsterdã e Berlim.

Mudando de indicador, a Europa segue firme na liderança de países mais adaptados à bicicleta como meio de transporte, e Amsterdã volta a ter destaque. De acordo com o Índice Global de Cidades Amigas de Bicicletas de 2023, produzido pela Copenhagenize Design Co., Copenhague e Amsterdã são as duas melhores cidades para ciclistas no mundo, graças à extensa rede de ciclovias, políticas de incentivo e a cultura ainda mais enraizada de uso da bicicleta como meio de transporte. Essas cidades investem continuamente em infraestrutura, segurança e campanhas educativas para promover o ciclismo.

A situação no Brasil e na América Latina

Por outro lado, a América Latina está começando a adotar o ciclismo como um meio de transporte viável. Países como Colômbia, Brasil e Argentina estão fazendo progressos significativos. Bogotá, capital da Colômbia, é frequentemente mencionada como um exemplo na região, com uma rede de ciclovias que se estende por mais de 500 km. Em São Paulo, no Brasil, o número de ciclovias aumentou significativamente nos últimos anos, e em Buenos Aires, na Argentina, também se investe em infraestrutura cicloviária.

Segundo dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), aproximadamente 2% da população urbana na América Latina utiliza a bicicleta como meio de transporte diário. Esse número é consideravelmente menor que o europeu, mas indica um crescimento constante. As dificuldades enfrentadas na região incluem a falta de infraestrutura adequada, segurança no trânsito e campanhas de conscientização insuficientes.

O Índice Global de Cidades Amigas de Bicicletas de 2023 mostra que, embora as cidades latino-americanas ainda não estejam entre as líderes globais, elas estão avançando rapidamente. Bogotá, por exemplo, aparece como uma cidade emergente no índice, mostrando que investimentos contínuos podem transformar a realidade do ciclismo na região.

Em resumo, a troca de experiências e a adaptação de políticas bem-sucedidas de um continente para outro podem acelerar esse momento de transformação e promover o ciclismo como um meio de transporte sustentável e viável em todo o mundo, independentemente da região do globo.

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