A dinamarquesa Lego criou um dos brinquedos mais populares do mundo. Os encaixes das peças desenvolvidas pela companhia permitem incontáveis combinações, o que faz dessa uma brincadeira elogiada por estimular a criatividade das crianças. Em contrapartida, como é feito de plástico, material obtido a partir do petróleo, o brinquedo não é o mais sustentável do ponto de vista ambiental. Mas isso está prestes a mudar: até 2030, todas as peças de Lego serão fabricadas com o chamado plástico verde.
O material que a empresa pretende adotar no futuro próximo é feito de matérias-primas como madeira e cana-de-açúcar. Com isso, ao se aproximar de um século de existência, a companhia, fundada em 1932 (e que começou a produzir brinquedos de plástico em 1947), não dependerá mais de combustíveis fósseis em sua linha de produção.
“Esta não será uma tarefa fácil, e nós só avançamos um pouco”, admitiu o CEO da empresa, Niels B. Christiansen, em declaração ao jornal norueguês Børsen. Mas isso não será empecilho, completou o executivo. A família Kristiansen, que controla a Lego desde sua fundação, está disposta a investir bilhões no projeto de adoção do plástico verde nos próximos dez anos.
Em 2015, a empresa reservou US$ 1 bilhão para pesquisar o uso de matérias-primas sustentáveis, mas, hoje, apenas 2% das peças do brinquedo que estão no mercado são feitos de materiais verdes. Até o momento, a companhia conseguiu produzir arbustos e folhas para árvores, itens que compõem alguns dos conjuntos, a partir de um material feito de cana-de-açúcar.
Período de testes
O CEO acredita que muito pode ser feito nos próximos anos para tornar os brinquedos mais sustentáveis. “Acho que veremos um progresso gradual e depois alguns grandes saltos”, afirmou. “Estamos testando muitos materiais diferentes no momento e temos que experimentar vários que não vão servir antes de encontrar algo que funcione.”
A família Kristiansen é uma das mais ricas da Dinamarca. Kjeld Kirk Kristiansen, da terceira geração de controladores, e seus três filhos dividem fatias iguais da companhia, na qual eles têm participação combinada de 75%. Em 2019, a fortuna de cada um deles era de US$ 4,7 bilhões, segundo a lista de bilionários publicada anulmente pela revista Forbes.