Em meio à aparente prosperidade financeira de Luxemburgo, um dos membros fundadores da União Europeia, uma sombra de desafios habitacionais cresce. Com uma área de 2 586 km² é um dos menores países da Europa. Conta com uma população de pouco mais de 650 mil habitantes, o que o torna um dos países menos populosos do continente, embora com a maior taxa de crescimento populacional. Os estrangeiros representam quase metade da população.
O Grão-Ducado do Luxemburgo é uma monarquia constitucional parlamentar, com um chefe de governo, o Primeiro-Ministro, e um chefe de Estado, o Grão-Duque, com uma função unicamente honorífica. É um país desenvolvido com uma economia avançada, moldada principalmente pelo setor dos serviços, que por sua vez é impulsionado pelo desenvolvimento do setor bancário e financeiro, com um PIB que ultrapassou os 125 mil euros em 2022, um dos maiores per capita do mundo. Mas essa bonança econômica não se traduz igualmente na capacidade de seus habitantes encontrarem moradias acessíveis.
Nos últimos anos, temos testemunhado um aumento nos protestos de pessoas incapazes de arcar com o aluguel ou comprar uma casa, um cenário desafiador em uma das nações mais ricas do mundo. A questão residencial em Luxemburgo não é nova, mas tem se agravado com o tempo. A boa condição financeira do país atrai uma mão de obra significativa, mas também cria uma pressão adicional sobre a habitação disponível.
O custo da moradia em Luxemburgo é bastante alto, principalmente se você estiver procurando por um apartamento ou casa no centro da cidade. O preço médio do aluguel de um apartamento de um quarto no centro da cidade é de cerca de 1.565€ por mês, enquanto um apartamento de três quartos pode chegar a 4.000€ por mês.
Mesmo com um salário-mínimo superior a 2400 euros, os preços exorbitantes por metro quadrado estão forçando muitos a cruzar as fronteiras em busca de moradias mais acessíveis. Tanto luxemburgueses quanto estrangeiros que trabalham no país estão sendo empurrados para nações vizinhas como França, Alemanha e Bélgica, em uma busca desesperada por abrigo.
A combinação de fatores intrínsecos, incluindo o tamanho reduzido e alta densidade populacional do Luxemburgo, contribui para essa crise imobiliária complexa. À medida que o país busca maneiras de lidar com esse desafio, é evidente que a busca por um equilíbrio entre sua atração financeira e a acessibilidade habitacional continua a ser uma batalha crítica a ser enfrentada.