Noruega e Suécia estão entre os países que mais ampliaram riqueza com aquecimento global

Estudo da Universidade de Stanford mostra que renda per capita de países de clima frio foi a que mais subiu nas últimas décadas - mas, como o planeta é um só, não há "vencedores" nessa lista

25 de abril de 2019 3 minutos
Europeanway

As mudanças climáticas que têm ocorrido por causa da concentração de poluentes na atmosfera aumentaram a desigualdade entre os países nas últimas décadas, segundo um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e publicado no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences. Países de clima frio foram os que registraram maior aumento de renda per capita por causa do fenômeno climático, de acordo com o levantamento, e Noruega e Suécia – duas das nações mais avançadas na transição para energias limpas – estão entre as que mais ampliaram suas riquezas.

Não se trata, claro, de dizer que há vencedores – o planeta, afinal, é um só. De qualquer forma, o levantamento mostra que, entre 1961 e 2010, a diferença de renda entre os países mais ricos e mais pobres é agora 25% superior à que existiria sem as alterações climáticas. 

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Nesse período, a renda per capital de Noruega, Canadá e Suécia cresceu, respectivamente, 34%, 32% e 25% por causa da elevação das temperaturas médias no planeta. “Dados históricos mostram com clareza que as lavouras ficam mais produtivas e as pessoas, mais saudáveis e eficientes no trabalho quando as temperaturas estão amenas”, diz Marshall Burke, professor assistente de Stanford e um dos autores do estudo. “Isso quer dizer que um pouco mais de calor ajudaria países frios. O oposto, porém, acontece em países que já são quentes.”

O Brasil está entre os que mais perderam renda per capita por motivos diretamente ligados ao aquecimento global. Entre 1961 e 2010, segundo os pesquisadores, a retração no país foi de 25%. O Sudão, com 36%, ficou no topo dessa lista, seguido pela Índia, com redução de 31%.

Embora a desigualdade econômica entre os países tenha diminuído nas últimas décadas, o que os pesquisadores de Stanford sugerem é que a diferença teria diminuído mais rapidamente se o aquecimento global não existisse. "Nossos resultados mostram que a maioria dos países mais pobres da Terra é consideravelmente mais pobre do que seria sem o aquecimento global", disse o cientista Noah Diffenbaugh, especialista em clima e principal autor do estudo. Ao mesmo tempo, acrescentou, "a maioria dos países ricos é mais rica do que teria sido" sem alterações climáticas.

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