Coronavírus fará Noruega celebrar data nacional sem desfiles

23 de abril de 2020 3 minutos
Em 2020, a data nacional da Noruega será adaptada à pandemia

Todo ano, em 17 de maio, milhares de pessoas se reúnem para celebrar o Dia da Constituição, a data nacional da Noruega. Em Oslo, uma multidão enche a Karl Johans gate, a principal rua da capital, para assistir ao desfile de alunos das escolas locais, que acenam para a família real ao som de bandas marciais (não há desfile militar na data). Essa tradição, um orgulho local – e particularmente popular entre as crianças -, ganhará nova roupagem com a pandemia.

A Noruega começou na última segunda-feira a retomar suas atividades após mais de um mês de rígidas medidas de isolamento social. No entanto, a reabertura será gradual, e grandes eventos seguirão proibidos pelo menos até junho. Isso significa que, em princípio, a parada escolar só poderá voltar em 2021.

“Será um 17 de maio com uma comemoração muito diferente”, disse ao jornal norueguês VG Pia Farstad von Hall, presidente do comitê de organização da festa cívica em Oslo. Em vez dos desfiles, a população será convidada a ficar em casa e acompanhar as atrações pela internet e pela TV.

Programação será mantida em sigilo

A programação de eventos incluirá danças folclóricas, apresentações de corais e de fanfarras escolares – sempre com ajustes para que o distanciamento de 2 metros entre as pessoas seja respeitado. Para evitar aglomerações, não haverá divulgação prévia de horários e locais dessas apresentações.

Como o Dia da Constituição é uma data de celebração coletiva, em pelo menos um momento a população estará unida, ainda que cada um em sua casa: às 13h, a emissora pública NRK transmitirá os tiros de canhão que serão disparados na Fortaleza de Akershus. Em seguida, as pessoas poderão cantar, juntas, o hino nacional. “Será um dia muito agradável”, acrescentou Farstad von Hall. “O importante é que as crianças sintam que podem participar e comemorar a data.”

De fato, a data nacional da Noruega costuma estimular o imaginário infantil. Em março, a primeira-ministra Erna Solberg participou do primeiro dos dois programas de TV em que respondeu apenas perguntas sobre a pandemia feitas por crianças. Naquela edição, uma das dúvidas era se as celebrações de 17 de maio seriam canceladas. Como se vê, em vez de canceladas, elas serão adaptadas à realidade imposta pelo coronavírus.

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