Neste ano, o festival Øya (ou Øyafestivalen, no original), na Noruega, completa duas décadas. Chegar a 20 anos de existência é, por si só, marcante, mas, mais que pela longevidade, o evento quer ser reconhecido por sua abordagem "verde" – e, com novidades que vão se somar a iniciativas já lançadas nas edições anteriores, ele pretende ratificar o status de ser o festival de música mais sustentável do mundo.
Os esforços para reduzir a produção de lixo e as emissões de carbono começaram em 2004, relembra, em declaração à revista Billboard, o produtor Claes Olsen, um dos criadores do evento. Há quatro anos, eles adotaram políticas como parar de distribuir pratinhos ou talheres descartáveis de plástico na praça de alimentação do festival. No lugar disso, passaram a utilizar itens de materiais biodegradáveis, feitos a partir de farelo de trigo, o que significa que os pratinhos são comestíveis.
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Outra mudança foi abolir o uso de geradores a diesel para produzir eletricidade para os palcos, iluminação e caixas de som. A alternativa dos organizadores foi investir em painéis solares instalados ao redor do Tøyen Park, em Oslo, a capital norueguesa, onde ele é realizado – o evento já adota apenas energias renováveis desde 2009. E, para lidar com resíduos de difícil descarte, como o óleo de cozinha usado para fritar alimentos, a saída foi recolher esse material para ser reutilizado como combustível dos caminhões que transportam os equipamentos.
Para ajudar na redução de gases efeito estufa, a equipe do festival monta anualmente um bicicletário enorme, preparado para receber o público que chega pedalando. Uma novidade neste ano é que não serão mais distribuídos usar copos plásticos nos bares do evento. Agora, cada espectador tem que levar o seu.
A sustentabilidade também aparece na comida servida no parque. Todos os restaurantes do festival têm que oferecer ao menos uma opção vegetariana, e 95% dos alimentos utilizados na preparação das receitas precisam ser orgânicos. "É importante servirmos de modelo e fazermos com que mais gente se junte a esses esforços", disse Olsen ao site IQ.
E as iniciativas para ser um modelo, como define Olsen, não se restringem ao meio ambiente: há um trabalho deliberado para equilibrar ao máximo a programação entre artistas homens e mulheres. Em 2019, pelo terceiro ano seguido, haverá praticamente o mesmo número de atrações masculinas e femininas nos palcos do Øya, segundo a NME.
O festival começa nesta terça-feira, dia 6 de agosto, e vai até o próximo sábado, dia 10. Um público estimado de 60 mil pessoas deve acompanhar apresentações de artistas como The Cure, Tame Impala, Christine & The Queens e Erikah Badu.
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