Na Islândia, coronavírus isola homem em hotel de 220 quartos

24 de março de 2020 3 minutos
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Vidir Reynisson (ou, no original, Víðir Reynisson) é, no momento, um dos rostos mais onipresentes na vida dos islandeses. Como superintendente da Defesa Civil, ele é uma das três autoridades encarregadas de liderar o combate ao coronavírus no país. E, para além desse trabalho de enorme responsabilidade, ele também ganhou projeção em virtude de uma situação insólita: a pandemia o deixou morando sozinho em um hotel de 220 quartos.

Na semana passada, o superintendente precisou se mudar para o Icelandair Hotel Reykjavík Natura depois que sua esposa e a filha do casal foram colocadas em quarentena por causa do vírus. A pandemia fez o hotel fechar suas portas nesta segunda-feira (23/3), mas a gerência disse que Reynisson poderia seguir hospedado.

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Vidir Reynisson, superintendente da Defesa Civil islandesa

O hóspede solitário, que tem achado graça da situação, diz que vive hoje “na maior mansão do país”. O convite para permanecer no local foi veio a calhar: o hotel fica bem próximo do centro de coordenação do Departamento de Proteção Civil e Gerenciamento de Emergências. É de lá que ele tem atuado para combater a pandemia.

O trabalho de Reynisson não se limita a orientar a população sobre o coronavírus ou atualizar os dados sobre mortos e infectados. Ele sugeriu, por exemplo, que as pessoas pensassem e conversassem sobre qualquer coisa, menos o coronavírus, por uma hora. A orientação era que o exercício fosse feito na noite do último domingo, das 20h às 21h. (O superintendente disse que conseguiu cumprir o desafio, ainda que tenha entrado em um telefonema de trabalho nesse intervalo.) No momento, as únicas pessoas com acesso ao hotel são ele e os guardas que fazem a segurança do prédio.

Primeira-ministra faz quarentena até receber exames

As autoridades islandesas têm levado a sério a determinação de isolamento das pessoas com suspeita de terem contraído a Covid-19, infecção respiratória causada pelo novo coronavírus. A primeira-ministra Katrín Jakobsdóttir anunciou uma quarentena voluntária assim que ela soube que um colega de escola de seu filho mais novo estava com a doença. Nesta terça-feira, a líder islandesa informou que seu teste havia dado negativo – e, assim, ela poderia retornar ao trabalho.

A Islândia confirmou até o momento 648 casos de Covid-19 no país e duas mortes. A segunda delas ocorreu nesta terça – e foi a primeira de uma cidadã islandesa. Até então, um homem, um turista australiano, havia sido a única pessoa a morrer no país por causa do coronavírus.

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