Mulheres vão ocupar 46% dos assentos do novo Parlamento finlandês

Presença feminina no Legislativo é a mais alta já registrada na história da Finlândia e uma das mais elevadas do mundo

15 de abril de 2019 3 minutos
Europeanway

A partir deste ano, o Parlamento finlandês terá a maior presença feminina da história do país. Dos 200 assentos do Legislativo, 92 (ou 46%) serão ocupados por congressistas mulheres – a eleição foi realizada neste domingo (14/4). O número é o mais alto registrado até hoje na Finlândia (o recorde anterior, atingido na eleição de 2011, era de 85 mulheres) e é também um dos mais elevados do planeta, segundo o Banco Mundial.

O Parlamento finlandês, também conhecido como eduskunta, tem histórico de mais de um século de presença feminina. As primeiras parlamentares foram eleitas em 1907, ano em que a Finlândia sequer tinha ainda se libertado do domínio russo. Naquele ano, 19 mulheres foram eleitas, representando 9,5% do total de assentos na casa.

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Os 200 parlamentares da nova legislatura terão uma missão delicada pela frente. A eleição deste domingo foi a primeira em que o partido vitorioso teve menos de 20% dos votos. Isso significa que os Sociais Democratas, que venceram a eleição, terão muito mais trabalho para formar uma coalizão que assegure maioria ao longo dos próximos quatro anos, período de duração do mandato dos novos eleitos.

O Partido Social Democrata venceu com 17,7% dos votos. Ele ficou apenas 0,2 ponto percentual (o equivalente a apenas 6,3 mil votos) do Partido dos Finlandeses, de forte agenda anti-imigração, que ficou com 17,5% do total. O Partido da Coalizão Nacional, de centro-direita, e o Partido do Centro tiveram 17% e 13,8% respectivamente.

Sociais Democratas, Liga Verde (que ficou em quinto, com 11,5% dos votos) e Aliança da Esquerda (8,2%), todos à esquerda do espectro político, ficaram, somados, com 76 assentos no Parlamento, o que significa que terão que atrair alguma das legendas de centro para formar a coalizão. A projeção é de que o trabalho para a formação do novo governo será árduo.

Esse equilíbrio delicado de forças será exigido depois de um mês de um virtual vácuo de poder no país. Em março, após fracassar em sua proposta de reforma do sistema social e de saúde finlandês, o primeiro-ministro Juha Sipilä anunciou sua renúncia e a dissolução de seu gabinete. A pedido do presidente Sauli Niinistö, Sipilä seguiu como chefe de governo de maneira provisória até a realização das eleições. As negociações formais para a formação da nova coalizão têm início previsto para 25 de abril.

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