Mercosul e União Europeia: além do acordo, a necessidade de um bloco renovado

Patricia Santa Marina, de Buenos Aires | PROI Worldwide 09 de dezembro de 2024 2 minutos
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O Mercosul e a União Europeia tentam, há décadas, avançar em acordos que beneficiem ambas as partes. No entanto, é provável que as expectativas de ambos os lados não sejam plenamente atendidas com este novo acordo. Ambos os blocos enfrentam diferenças internas, mas os países membros do Mercosul enfrentam desafios econômicos que os levam a questionar a eficácia do modelo de integração regional.

A recente posse de Javier Milei como presidente pro tempore do Mercosul traz consigo uma nova visão sobre o bloco. Durante sua participação na “LXVI Cúpula do Mercosul”, em Montevidéu, Milei criticou a “tarifa externa comum” e a rigidez estrutural do Mercosul, argumentando que essas políticas aumentaram os custos da produção local, fecharam mercados e reduziram a competitividade das economias regionais. Segundo ele, o bloco se transformou em uma “prisão comercial” que impede os países de explorarem seu verdadeiro potencial.

Milei propôs uma mudança de direção: um “Mercosul mais flexível” e voltado para o livre comércio. Em seu discurso, enfatizou que a prosperidade só pode ser alcançada por meio da abertura de mercados e da eliminação de barreiras que limitam o comércio. Essa abordagem está alinhada com sua ideologia liberal, que defende a desregulamentação econômica e a promoção de acordos comerciais mais abertos, em vez de depender de políticas protecionistas.

No entanto, para além da crítica econômica, é fundamental que o Mercosul não perca de vista e renove, como eixo principal, sua dimensão política. Embora a organização comercial seja essencial para o desenvolvimento, o bloco também precisa se atualizar em termos de integração política e cultural. Um Mercosul mais dinâmico, que promova a democracia, a estabilidade e a cooperação cultural e científica, será cada vez mais relevante em um mundo cada vez mais complexo.

O “futuro do Mercosul”, ou a necessária modernização do bloco, pode ser uma combinação de flexibilidade econômica e o fortalecimento de seu caráter político. Isso não apenas permitirá uma maior integração comercial, mas também fortalecerá a democracia e as dimensões sociais e culturais na América do Sul.

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