Marco de parceria entre Brasil e Suécia, Gripen brasileiro faz seu voo inaugural

A entrega oficial do caça, desenvolvido em parceria entre a sueca Saab e a Embraer, será no próximo dia 10

30 de agosto de 2019 3 minutos
Europeanway

Seis anos após o anúncio da compra pelo Brasil de 36 caças supersônicos do modelo sueco Gripen, a primeira versão brasileira dessas aeronaves fez nesta semana seu voo inaugural em Linköping, na Suécia. O jato foi desenvolvido a partir de uma parceria entre a fabricante sueca Saab e a brasileira Embraer.

A cerimônia oficial de entrega do Gripen brasileiro para o início da campanha de testes em voo será feita no próximo dia 10 de setembro na sede da Saab em Linköping, com a presença de autoridades brasileiras e suecas.“Este marco é um legado para a grande parceria entre a Suécia e o Brasil. Menos de cinco anos após a assinatura do contrato, o primeiro Gripen Brasileiro alçou seu primeiro voo”, disse Håkan Buskhe, presidente e CEO da Saab, segundo registro da RFI.

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O voo inaugural, realizado na última segunda-feira (26/8), teve duração de 65 minutos. Ele decolou da pista de Liköping às 9h41 (horário de Brasília) e pousou às 10h46.  “Como piloto, foi uma grande honra voar o primeiro Gripen E Brasileiro. Eu sei o quanto isso representa para a Força Aérea Brasileira, a Saab e nossos parceiros brasileiros”, disse o piloto de testes da Saab, Richard Ljungberg. “O voo foi tranquilo e a aeronave se comportou exatamente como ensaiamos nas bancadas de testes e nos simuladores.”

A partir do próximo ano, pilotos brasileiros farão o treinamento na Suécia. Serão duas aeronaves de teste 100% brasileiras: uma monoposto e outra biposto. Com 14,1 metros de comprimento e 8,6 metros de largura, o caça multiemprego atinge mais de duas vezes a velocidade do som e suporta até nove vezes a força da gravidade durante manobras.

O primeiro lote do total de 36 caças encomendados vai ser entregue à FAB a partir de 2021. Em 2024, segundo o cronograma, começam a ser entregues os aviões produzidos no Brasil. Todos ficarão sediados em Anápolis, no interior de Goiás, podendo operar a partir de pistas de pouso espalhadas em todo o país. De acordo com o contrato assinado em 2014, o Brasil receberá 28 caças da versão monoposto, para um piloto (os chamados Gripen E), e oito unidades do modelo de dois assentos (Gripen F).

O Gripen pode ser o último jato de combate e tecnologia avançada comprado no exterior para suprir a aviação militar do país. O programa, segundo analistas internacionais, também abre a possibilidade do Brasil disputar um imenso segmento, de dimensões mundiais, estimado em até US$ 370 bilhões, segundo o Centro de Estudos da Defesa, de Londres.

A partir da próxima década, esse mercado será fortemente dominado por cinco protagonistas – Estados Unidos, Rússia, China, Suécia e Índia –, mas também abrirá espaço para a entrada de participantes alternativos, como Coreia do Sul, Japão e Turquia. É aí que que se abrem possibilidades para a indústria aeronáutica brasileira disputar um pedaço desse mercado. Estima-se que serão comprados de 4 mil a 5 mil caças no mundo inteiro – número que não inclui os Estados Unidos – nos próximos 30 anos.

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