Com um solo de características únicas, a Islândia foi o destino escolhido pela Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, para os testes que integram os preparativos para sua nova missão para Marte. Prevista para 2020, a expedição vai dar prosseguimento ao trabalho iniciado pelo Curiosity, um robô que explora o planeta desde 2012.
Cerca de 15 cientistas e engenheiros da agência estão desde o mês passado no campo de lava de Lambahraun, aos pés da geleira Langjökull, a segunda maior da Islândia, situada no leste do país. Lá, eles têm desenvolvido o projeto do rover que será viajará para Marte no ano que vem.
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Esse pequeno veículo elétrico, de paredes brancas e chassi laranja, se desloca graças a quatro rodas motrizes impulsadas por dois motores laterais. Eles funcionam como uma escavadeira e são alimentados por 12 pequenas baterias em seu interior.
O rover, equipado com sensores em 3D, um computador, uma câmera com dois objetivos e instrumentos científicos, pode ser pilotado à distância ou com a ajuda de um controle remoto. Ele move seus 570 kg a uma velocidade de 20 centímetros por segundo.
Em um comunicado publicado em maio, a Universidade de Reykjavík explicou que o campo de lava de Lambahraun foi escolhido em virtude da presença de areia seca de basalto, semelhante à areia de Marte e que não é encontrada em muitos lugares fora do país. Nessa mesma área, também há canais formados pela água derretida da geleira, que igualmente lembram as reentrâncias do solo marciano.
Esta não é a primeira vez que a Islândia serviu de campo de testes para missões espaciais. Há cerca de 50 anos, os astronautas da Nasa treinaram em solo islandês para o pouso na lua na viagem da Apollo 11, naquele que entraria para a história como o primeiro desembarque do homem no satélite da Terra.
O objetivo da nova missão a Marte é procurar sinais de vida antiga lá, além de coletar informações em preparação para uma missão humana ao planeta. A expedição está prevista para começar em julho ou agosto do próximo ano.