Nenhum país do mundo é melhor para as mulheres viverem do que a Islândia. Lá estão os menores índices de desigualdade de gênero na política, na economia e na sociedade, segundo o mais recente relatório sobre o tema elaborado pelo Fórum Econômico Mundial.
Publicado pela primeira vez em 2006, o estudo mede as disparidades entre homens e mulheres ao analisar itens como participação econômica, política, desempenho educacional, saúde e expectativa de vida. A edição mais recente da pesquisa, de dezembro, avaliou, ao todo, 149 países.
Os escandinavos brilharam no ranking. Além do primeiro lugar islandês – posição em que o país figura, ininterruptamente, há uma década -, Noruega, Suécia e Finlândia apareceram, respectivamente, na segunda, terceira e quarta posições (embora não tenha aparecido entre os dez primeiros, a Dinamarca, em 13º, também ficou em boa posição). O Brasil apareceu em 95º lugar e o Iêmen, em último.
Embora tenha havido uma leve redução na desigualdade de gênero entre 2017 e 2018 no mundo, os responsáveis pelo estudo alertam que a evolução tem ocorrido de forma cada vez mais lenta. Desde 2006, as lacunas nas desigualdades de gênero foram reduzidas em 3,6%. No ano passado, no entanto, a diminuição foi de apenas 0,03%.
Segundo o Fórum Econômico Mundial, caso o ritmo se mantenha, serão necessários 108 anos para acabar com as lacunas em escala global. Essa nova estimativa é oito anos mais dilatada que a feita em 2017. “Embora o progresso continue em um ritmo muito lento, o fato de a maioria dos países caminhar para mais igualdade recompensa os esforços” no desenvolvimento de políticas que permitirão “alcançar o quinto objetivo de desenvolvimento sustentável da ONU: a igualdade de género”, diz o relatório.
A desigualdade entre homens e mulheres no quesito oportunidades econômicas é a que levará mais tempo para ser completamente eliminada: serão necessários 202 anos, de acordo com o estudo. As mulheres continuam a ser minoria em cargos de gerência e chefia nas empresas – no mundo, apenas um terço (34%) dos gestores são mulheres. O índice mostra ainda um desequilíbrio expressivo em áreas relacionadas com a inteligência artificial, nas quais apenas 23% dos profissionais são mulheres.
Na participação política, serão precisos mais 107 anos para que se eliminem as desigualdades, estimam os autores do relatório. Esse dado é reflexo do baixo número de mulheres em cargos políticos, principalmente como chefes de Estado: apenas 18% dos ministros são mulheres e, em seis dos 149 países avaliados, não há uma só mulher nos ministérios. A propósito, desde 2017, os islandeses são governados pela primeira-ministra Katrín Jakobsdóttir.
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