A Irlanda deu um passo importante na redução da emissão dos gases do efeito estufa. Apesar da resistência do setor produtivo local, o governo irlandês assinou acordo. O percentual é um meio termo entre as expectativas defendidas por ambientalistas e parte do governo.

Os agricultores do país avaliam que o corte de 25% nas emissões pode custar ao setor 2 bilhões de euros por ano. Eles criticam a falta de provisionamento do governo para compensar essas perdas.  O governo, por sua vez, disse que vem apoiando os produtores e iniciativas de energia renovável e o desenvolvimento de biometano são parte das ações. 

Por outro lado, ambientalistas e legisladores da oposição dizem que um corte inferior a 30% não seria suficiente para atingir a meta de reduzir as emissões gerais de gases de efeito estufa da Irlanda em 51% até o final da década, em comparação com os níveis de 2018.

Segundo os dados oficiais do governo da Irlanda, as emissões de gases de efeito estufa aumentaram 4,7% em 2021 e as emissões agrícolas, que representam quase 38% desse total, aumentaram 3%. 

No plano de ação climática do governo no ano passado, o setor agrícola estava destinado a cortes de emissões entre 22 e 30%. O governo admite que implementou apenas 45% de suas medidas planejadas para reduzir as emissões no segundo trimestre deste ano.

A Irlanda é um dos principais produtores agrícolas da Europa, o país tem na indústria pecuária – tanto laticínios quanto carne bovina – uma força vital.  Para chegar a meta dos 25%, os produtores já avaliam que para isso será necessário reduzir os rebanhos e isso significará redução da renda. 

De acordo com a Agência de Proteção Ambiental, o fim das cotas de leite da União Europeia em 2015 levou à expansão da indústria de laticínios da Irlanda e o número de gado leiteiro aumentou por 11 anos consecutivos. As emissões de metano dos rebanhos bovinos e leiteiros da Irlanda são as mais altas da União Europeia e da Área Econômica Europeia para o tamanho da população do país e estão “aumentando constantemente”.