Investimento em empresas europeias é bom negócio, diz Financial Times

07 de janeiro de 2025 3 minutos
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Embora o mercado acionário americano continue a atrair atenção com o boom liderado pelas gigantes da tecnologia — especialmente aquelas dedicadas às soluções de inteligência artificial —, especialistas destacam que as empresas europeias permanecem uma opção de investimento competitiva e resiliente, aponta análise do Financial Times.

O jornal ressalta que, apesar do crescimento do índice S&P 500, impulsionado por sete gigantes da tecnologia que, juntas, superam o valor combinado das bolsas da França, Reino Unido e Alemanha e representam cerca de um terço do índice, os retornos totais do S&P 500 ficam aquém do índice de referência da zona do euro desde o início do mercado em alta, em 2022, quando a Nvidia é excluída do cálculo.

Essa dinâmica revela que, apesar de menor inovação tecnológica e crescimento econômico mais lento, as ações de empresas europeias têm apresentado desempenho positivo, em grande parte devido à diversidade de setores em que essas companhias atuam. Segundo o Goldman Sachs, algumas das principais empresas europeias — apelidadas de “Granolas” — lideram mercados globais em segmentos como farmacêutico, consumo e saúde.

Entre essas empresas destacam-se a Novo Nordisk, fabricante do medicamento para perda de peso Wegovy; a LVMH, gigante do setor de luxo; a ASML, especializada em design de chips; e a Nestlé, líder na indústria alimentícia. Apesar dos desafios recentes, como a queda na demanda chinesa e condições macroeconômicas adversas, essas companhias continuam sendo negócios globais consolidados, com baixa volatilidade e forte capacidade de geração de receita.

Além disso, pequenas empresas europeias listadas têm mostrado desempenho superior em relação às americanas. Enquanto cerca de 40% das pequenas empresas nos EUA apresentam resultados negativos, esse percentual é de pouco mais de 10% na Europa. Essa diferença reflete um modelo de financiamento baseado em relações de longo prazo, em contraste com a dependência dos EUA de capital altamente líquido.

Outro ponto relevante é o avanço nas discussões sobre reformas estruturais na União Europeia. O bloco tem demonstrado resiliência diante de choques recentes, como a necessidade de reduzir a dependência da energia russa. Debates sobre digitalização, união de mercados de capitais e maior pragmatismo em relação ao livre comércio e à China indicam que o continente pode aprimorar sua competitividade a longo prazo.

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