Dois países nórdicos vivem uma “crise” inusitada: a falta de fios islandeses de tricô na Finlândia. Mais que uma moda, o ato de tricotar virou hobby antistresse em plena pandemia, e as linhas da “Ilha do Fogo”, mas fáceis de serem manuseadas e ideal para o uso ao ar livre, se esgotaram na Finlândia.
“A popularidade cresceu tanto que os estoques de fios estão começando a diminuir também na Islândia. E a razão disso são, em grande parte, os finlandeses”, afirmou à YLE (TV pública da Finlândia) Sigurður Sævar Gunnarsson, CEO da fiação islandesa Ístex. Sua empresa representa 99% do mercado de fios da islandeses.
O número de vendas de fios para a Finlândia dobram anualmente, desde 2017. E isso sem nunca ter sido investido um euro sequer em propaganda no país. Hoje é mais fácil para a empresa listar as poucas cores e modelos que tem disponível do que o que está esgotado.
Especialistas, contudo, tem pistas que vão além da moda. Para Sinikka Pöllänen, professora de Artesanato da University of Eastern Finland, o tricô ajuda com a ansiedade causada pela pandemia do novo coronavírus. Ela afirma que muitos chamam a prática de “ioga do cérebro”.
E, nesta busca por relaxamento, o produto islandês ganha espaço. “a popularidade das malhas islandesas pode ser explicada pelo fato de suas instruções serem claras, o padrão simples e o próprio bordado impressionante. A camisa de fio grosso também tricota rapidamente”, afirmou a professora.
Kati Räisänen, de Haapajärvi, afirma ainda que o produto islandês é mais indicado para atividades ao ar livre, que têm sido favorecidas em tempos de pandemia. Assim, tricotar em família ou entre amigos em áreas como parques e varandas se tornou um programa mais popular.
O CEO Gunnarsson diz que a Ístex é uma pequena empresa com cerca de 50 funcionários. Turnos extras já foram adicionados na fábrica para atender ao aumento da demanda. Ele garante que há lã suficiente na Islândia, mesmo que alguns dos fios e cores acabem. No entanto, o aumento da produção não anda de mãos dadas.
– As próximas semanas são desafiadoras.