Helsinque, capital da Finlândia e cidade mais populosa do país, prevê atingir a neutralidade de carbono em 2030, ou seja, cinco anos antes do previsto anteriormente: 2035. A capital do país escandinavo avalia que para atingir o objetivo precisará reduzir 80% de suas emissões em relação a 1990. Mas essa meta não inclui as emissões do consumo de alimentos e viagens aéreas de residentes da região.
As metas ambiciosas de Helsinque estão atreladas às mudanças que serão adotadas pela companhia de energia do município: a Helen. A empresa de energia vem substituindo substituir carvão por gás natural e aumentando o uso de calor em excesso de fontes como águas residuais. Com isso, a cidade registrou uma queda de cerca de 33% nas emissões do aquecimento urbano desde 1990. A energia de águas residuais e outras fontes verdes, entretanto, só foi suficiente para compensar o aumento no consumo de aquecedores em Helsinque.
Kaisa-Reetta Koskinen, chefe da unidade climática da cidade de Helsinque, em entrevista à agência de notícias finlandesa YLE, que, como as reduções de emissões não foram realmente perseguidas na década de 1990, portanto, é natural que uma queda dramática seja testemunhada no final das décadas – longo período de monitoramento. Alcançar a meta, no entanto, será um desafio, ela reconheceu.
“Nossas estimativas indicam que isso exigirá um ritmo muito acelerado e muito trabalho árduo, mas é possível”, disse ela.
De acordo com Koskinen, atualmente será mais fácil buscar essas metas, pois há políticas de incentivo nacionais e da União Europeia. Os aumentos nos impostos sobre os combustíveis fósseis e nos preços dos direitos de emissão devem aumentar o custo do uso do carvão e do gás natural, afetando também muitas famílias na cidade, visto que a maior parte do aquecimento urbano é produzida a partir do carvão ou do gás natural.
A meta revisada de neutralidade de carbono não deve ter um impacto dramático nos planos da companhia elétrica. A concessionária deve estar perto da meta de 80% depois de fechar suas duas usinas movidas a carvão, uma medida que ela deve tomar devido à proibição do uso de carvão para geração de energia que entrará em vigor em 2029.
Para chegar a esse percentual, a companhia de energia tem investido em inovação, explorando a utilização de duas grandes fontes de energia para substituir a produção das usinas: o calor do fundo do mar e o excesso de calor das refinarias de petróleo em Kilpilahti, Porvoo. Se nenhum dos planos se concretizar, ela também está preparada para investigar utilizando uma série de fontes menores.
“Uma grande solução é sempre mais viável economicamente”, lembrou Maiju Westergren da Helen.
“Mas também estamos nos preparando para usar mais das soluções menores que estamos usando agora: energia geotérmica e […] o excesso de calor de data centers e outras fontes na cidade”, comentou ela.
Com problemas em sua legislação de compensações ambientais, a Finlândia deve aprovar nos próximos meses um novo texto. A partir disso, as compensações voluntárias devem ficar mais fáceis no país. A indústria acredita que a compensação aumentará rapidamente a partir da modernização da legislação.