Há 62 anos, a Suécia testemunhou o início da série de títulos da seleção que mais vezes conquistou a Copa do Mundo de Futebol masculino: a do Brasil. Foi no dia 29 de junho de 1958 que os brasileiros derrotaram os donos da casa por 5 a 2, com um gol de Zagallo, dois de Vavá e dois do novato Pelé, que tinha então apenas 17 anos.
A campanha brasileira naquele mundial começou com vitória sobre a Áustria por 3 a 0, com dois gols de Mazzola e um de Nilton Santos. O duelo seguinte, contra a Inglaterra, terminou sem gols, marcando o primeiro empate por 0 a 0 da história das Copas. Na terceira e última rodada, o ponta direita Garrincha brilhou, a seleção brasileira derrotou a União Soviética por 2 a 0. Os dois gols foram de Vavá, que tinha diante dele ninguém menos que Lev Yashin, o “Aranha Negra”, considerado por muitos como o maior goleiro da história do futebol.
Encerrada a fase de grupos, o Brasil passou para as quartas de final – e com mudanças na equipe. Pelé, que entrou no time titular, marcou o gol da vitória por 1 a 0 sobre o País de Gales, em um dos lances mais marcantes de sua carreira: ele matou a bola no peito, deu um leve toque de pé direito para se livrar do marcador e, também de direita, finalizou no canto.
Pelé brilhou ainda mais na semifinal, contra a França, ao marcar três gols em uma data emblemática: foi a primeira vez que ele usou a camisa com o número 10 às costas. Vavá e Didi – que acabaria sendo eleito o melhor jogador da competição – marcaram os outros gols da vitória brasileira sobre os franceses por 5 a 2.
O feito do Brasil na Copa do Mundo da Suécia jamais será esquecido, e também porque os anfitriões marcaram com generosidade vários episódios da final. O rei Gustaf VI Adolf desceu das tribunas para cumprimentar pessoalmente os campeões, e o público aplaudiu a seleção brasileira, mesmo com a derrota imposta ao time da casa. Para retribuir, os jogadores do Brasil correram em campo com uma bandeira da Suécia.
“Imensa felicidade”
“A imensa felicidade dos jogadores do Brasil, correndo em volta do estádio com uma enorme bandeira sueca, é inesquecível. Depois disso, [o Estádio] Råsunda virou um lugar sagrado para o Brasil“, disse o ex-zagueiro Gustavsson, que morreu em 2017. A declaração foi dada em visita conjunta que oito ex-atletas suecos e quatro brasileiros (Pelé, Zito, Pepe e Mazzola) fizeram ao estádio, em 2012.
Råsunda, um dos marcos dessa conquista, no entanto, já não existe mais. Localizado em Solna, na região metropolitana de Estocolmo, o palco da final foi demolido em 2013 para dar lugar a prédios residenciais e comerciais. Brasil e Suécia se enfrentaram mais uma vez no Råsunda – e foi a última partida no local. O jogo, disputado em 2012, terminou com vitória brasileira por 3 a 0.
Abaixo a ficha da final de 1958:
SUÉCIA 2 x 5 BRASIL
SUÉCIA: Rio-Kalle, Bergmark, Sigge Parling, Gustavsson e Sven Axbom; Börjesson, Gunnar Gren e Liedholm; Kurt Hamrin, Simonsson e Nacka Skoglund. Técnico: George Raynor