Futebol feminino europeu é protagonista e apresenta enorme potencial de negócios

Ciro Dias Reis é CEO da Imagem Corporativa 02 de agosto de 2023 3 minutos
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O final da primeira fase da Copa do Mundo de futebol feminino que se realiza na Austrália e na Nova Zelândia deixou o Brasil de fora das oitavas de final e mostrou a força das seleções europeias. Doze delas participaram da competição e nove avançaram para a próxima fase da competição (de um total de dezesseis times classificados).

A UEFA, entidade máxima do esporte na Europa, divide em três categorias o futebol feminino do continente, de acordo com a estrutura e o nível de modernização de cada liga nacional. O grupo que se encaixa na categoria mais sofisticada (tier 1) é composto por Dinamarca, Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Noruega, Espanha e Suécia.

E não parece coincidência: de todos esses países apenas a Itália não passou para a segunda fase do mundial feminino de clubes (as outras duas seleções do continente classificadas foram Holanda e Suíça).

O cenário espelha o processo bem-sucedido de profissionalização de clubes e ligas nacionais na Europa implementado ao longo dos últimos anos. A UEFA, entidade máxima do futebol europeu, tem trabalhado de forma estratégica nesse sentido. A Women’s Champions League (Barcelona campeão em 2023, Lyon campeão em 2022) cresce rapidamente em torcedores, audiência e resultados comerciais.

“Mas não podemos parar por aí. Agora é a hora de capitalizar o momento que criamos juntos, agora é a hora de se envolver e investir”, define Nadine Kessler, chefe do futebol feminino da UEFA.

Os números relativos ao avanço do futebol feminino na Europa impressionam. Mostram que existem atualmente 144 milhões de fãs que acompanham o esporte, crescendo para  328 milhões em dez anos, segundo estimativas da UEFA.

Os negócios do futebol feminino na Europa, hoje no patamar de          € 120 milhões por ano, podem chegar segundo a UEFA a € 686 milhões em 2033 incluindo patrocínios e transmissões. Embora sejam números ainda muito tímidos em relação aos atuais € 16 bilhões por ano movimentados pelo futebol masculino no continente, as perspectivas são positivas em todas as dimensões.

  • 12%  dos fãs do esporte na Europa já se interessam mais pelo futebol feminino do que pelo masculino.
  • 46%  dos clubes europeus que possuem times femininos dizem que esse é um fator que amplia sua base de torcedores.
  • 87%  dos clubes acreditam que possuir um departamento de futebol feminino amplia sua reputação.
  • 57%  das pessoas que acompanham o futebol feminino no continente dizem ter começado a se interessar pelo tema há 5 anos ou menos.
  • 43%  dos fãs do futebol feminino na Europa são mulheres, percentual bem superior aos 25% de mulheres que acompanham de perto o futebol masculino.
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