A Finlândia decidiu abraçar a mensagem de sustentabilidade na nova campanha de promoção da indústria do turismo do país. Com o mote "seja mais parecido com um finlandês" (ou "be more like a Finn"), o país quer incentivar os visitantes a abraçar os hábitos locais, como o apreço pela vida ao ar livre, o respeito à natureza e o compromisso de adotar medidas para combater a poluição e as mudanças climáticas.
A ideia de estimular os visitantes a mergulhar no modo de vida local já estava por trás da campanha "Rent a Finn". Anunciada no início deste ano, a iniciativa convidava os turistas estrangeiros a "alugarem" um finlandês, que seria seu guia e ajudaria os visitantes a conhecer o país como se fossem moradores locais.
LEIA TAMBÉM:
– Finlândia é eleita o melhor destino turístico do mundo para se conhecer vida selvagem
– Hospedagem em iglu via Airbnb, a novidade do turismo finlandês
– Gotemburgo, na Suécia, é o destino turístico mais sustentável do mundo; veja ranking
O programa selecionou oito finlandeses para o trabalho de "guias da felicidade", uma referência ao status que a Finlândia alcançou em pesquisas internacionais como o país mais feliz do mundo. As iniciativas são encabeçadas pelo Visit Finland, o órgão oficial de promoção do turismo do país.
A nova campanha dos finlandeses reforça na Escandinávia a adoção do "turismo engajado". A Islândia alega ter sido o primeiro país a introduzir a ideia de convidar turistas a se comprometerem a agir de maneira responsável – a campanha dos islandeses surgiu em julho de 2017.
Um ano depois, quem desembarcava no aeroporto de Keflavík, o mais importante do país, passou a se deparar com o botão "Promessa", que, ao ser pressionado, marcava o compromisso do turista de deixar os lugares da maneira que os encontrou. Essa promessa também incluía estacionar e dormir apenas em locais permitidos e "tirar fotos matadoras sem morrer por elas".
Nas Ilhas Faroe, que pertencem à Dinamarca, o conselho de turismo batizou sua nova estratégia de turismo sustentável de Preservolução. Com ela, “as necessidades, desejos e estilo de vida do povo das Faroe” aparecem no centro de um manifesto turístico.
Em abril, as ilhas "fecharam para balanço" por três dias. Nesse intervalo, 100 voluntários – entre 3,5 mil candidatos – foram selecionados para colocar a mão na massa em atividades como criação de trilhas para caminhada, construção de mirantes que ajudem a preservar santuários de pássaros e instalação de placas de orientação.
Será que o "turismo engajado" dá resultados efetivos? A resposta talvez venha também das Ilhas Faroe: a ideia era fazer do programa uma iniciativa isolada, mas o conselho de turismo das ilhas já pensa em transformá-la em uma campanha anual. Uma nova turma de voluntários participará das atividades em abril de 2020.