Finlândia fará novo estudo para testar a eficácia de seu programa de renda básica

Governo finlandês já prepara segundo experimento para avaliar, na prática, qual o efeito que o pagamento de um salário mensal tem sobre os desempregados

13 de maio de 2019 3 minutos
Europeanway

Em fevereiro, a Finlândia apresentou os primeiros resultados de uma pesquisa lançada para testar a eficácia de um programa de renda mínima universal. A conclusão da primeira experiência foi que o programa melhorou o bem-estar dos beneficiários, mas não mudou muito seu nível de emprego. Agora, o país prepara um novo estudo para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema.

A expectativa com a realização de uma nova pesquisa sobre esse instrumento surge após o resultado das últimas eleições parlamentares, realizadas em abril. Segundo o site New Europe, o Instituto de Seguridade Social finlandês já trabalha na elaboração de um novo projeto-piloto, que deve ser publicado na próxima primavera (março-junho).

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Nessa nova etapa, o programa vai selecionar aleatoriamente 2 mil desempregados, que receberão um salário mensal de € 560 (R$ 2,5 mil) para ver se essa remuneração os incentiva a encontrar trabalho. O número de participantes e a renda serão os mesmos do estudo anterior. Se a primeira pesquisa não trouxe resultados conclusivos, ela forneceu dados para que o experimento pudesse ser aprofundado – com testes na mudança do imposto de renda, por exemplo.

De acordo com a agência de notícias pública da Finlândia, o governo está considerando estender o programa para incluir diferentes grupos – entre eles, pais que ficam em casa e estudantes. A ideia é verificar como uma renda básica afeta pessoas que estão fazendo trabalhos que talvez não queiram fazer – ou pelos quais elas estejam recebendo muito pouco.

Participantes como Tuomas Muraja, um jornalista de 45 anos que escreveu um livro sobre sua experiência com a renda básica, ressaltaram os benefícios do projeto. Os ganhos, segundo ele, incluem ter segurança financeira suficiente para procurar um emprego permanente.

A Itália também introduziu uma política de renda básica, apesar da oposição da União Europeia, que exigiu uma política fiscal mais rígida para melhorar a relação dívida-PIB do país. A Escócia também está estudando a ideia de criar seu próprio experimento de renda básica.

No estudo anterior, a Finlândia não detectou impacto significativo na melhoria do empregos entre os beneficiários. Em contrapartida, mais da metade (55%) dos participantes da pesquisa disseram sentir que estavam com saúde boa ou muito boa; no grupo de controle, essa fatia foi de 46%. Os beneficiários também relataram níveis mais baixos de estresse do que as pessoas do grupo de controle: entre os beneficiários, 17% se disseram um pouco ou muito estressados; no grupo de controle, a fatia foi de 25%.

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