Finlandesa Wärtsilä escolhe o Brasil para projeto-piloto global em energia eólica

A empresa, que fornece equipamentos para as indústrias de óleo e gás e energia, vai inaugurar neste ano em Pernambuco uma base dedicada ao novo segmento

19 de agosto de 2019 3 minutos
Europeanway

Conhecida como uma das principais fornecedoras de equipamentos para as indústrias brasileiras de óleo e gás e energia, a finlandesa Wärtsilä vai inaugurar ainda neste ano uma operação dedicada a um novo ramo de atuação: o de energia eólica. A iniciativa é inédita para a empresa no mundo e servirá como um projeto-piloto para ser replicado em escala global no futuro.

A companhia vai instalar uma base em Pernambuco. O estado foi escolhido porque, assim, a Wärtsilä poderá ficar próxima dos parques eólicos, já que o Nordeste concentra os grandes projetos do setor no Brasil. Segundo a programação da companhia, a nova base entrará em operação no fim deste ano.

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“Escolhemos o Brasil para fazer case, para entender como é esse business. É um projeto-piloto que pode ser replicado no mundo todo”, disse, em entrevista à revista Brasil Energia, Jorge Alcaide, presidente da empresa no país. Segundo o executivo, a iniciativa marca a entrada efetiva da Wärtsilä no mercado de energias renováveis – embora tenha projetos também nos Estados Unidos ligados a usinas térmicas a gás.

A empresa não deixará de atuar na venda e manutenção dos chamados grupos geradores, sua principal frente de atuação, frisa Alcaide. “Esse é o nosso core business”, disse ele à publicação. “Mas agora vamos atender a um novo segmento, prestando serviços em equipamentos ligados às usinas eólicas. Vamos fazer a importação de peças, mas o foco é serviços.”

A meta da empresa é ser reconhecida no setor eólico tanto quanto é vista mundialmente como referência no mercado de motores, segundo ele. Esse é um mercado que a Wärtsilä enxerga como de grande potencial, no mundo e no Brasil. “A energia renovável, sobretudo a eólica, é um caminho sem volta”, afirma o executivo.

Também estão no radar da empresa os projetos de usinas eólicas em alto-mar, as chamadas offshore, mas, para o presidente da companhia, o momento ainda é o da eólicas operadas em terra firme, as onshore. “Ainda há muito o que se desenvolver, em termos regulatórios e de tecnologia, e espaço a explorar, mas não podemos desprezar o offshore”, diz.

Alcaide lembra da existência de parques eólicos “fantásticos” instalados no mar, como os da Dinamarca, e cita “correntes de ventos interessantíssimas na costa do Brasil” como um potencial a ser explorado, mas não deixa de mencionar os desafios técnicos e de engenharia para instalação de usinas em alto-mar. “Mas, quando você olha para a história da indústria de petróleo no Brasil, ela se desenvolveu com muito destaque com a exploração offshore”, diz. “Então esse não vai ser um entrave.”

A Wärtsilä, fundada em 1834, registrou no ano passado vendas globais de € 5,2 bilhões. Sua operação brasileira foi criada em 1990. No país, onde tem cerca de 400 funcionários, distribuídos em oito estados, ela fornece serviços e equipamentos tanto para usinas de energia quanto para a indústria naval.

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