Um número recorde de chefes de estado e de delegações europeias estarão na posse de Luiz Inácio Lula da Silva, no domingo. Este movimento mostra que há muitas expectativas e que as relações entre o Brasil e o continente podem se intensificar a partir de janeiro.
Apesar da data considerada inconveniente para o recebimento de chefes de estado e governo — tanto que, em 2026, a posse será dia 5 de janeiro, para fugir do réveillon — estão confirmadas as presenças do rei Felipe VI, da Espanha, de Frank-Walter Steinmeier, presidente da Alemanha, e de Marcelo Rebelo de Sousa, presidente de Portugal. Haverá ainda autoridades da União Europeia, Ucrânia, Rússia, Sérvia, Turquia, Reino Unido, França e Vaticano. Os demais países europeus serão representados pelos respectivos embaixadores.
Mas o indicativo da tentativa de ampliar as relações entre Brasil e Europa está claro na lista dos enviados, além dos presidentes e reis. Do Reino Unido, virá Thérèse Coffey, secretária de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais, e da França virá Olivier Becht, ministro do Comércio Internacional.
Portugal, Espanha e Turquia enviaram seus ministros de relações exteriores, assim como a Espanha e Portugal. Os espanhóis ainda enviaram a vice-presidente do governo e ministra do Trabalho. A União Europeia será representada por Elisa Maria da Costa Guimarães Ferreira, que é a representante da Comissão Europeia para Coesão e Reformas.
Ainda em guerra, a Ucrânia enviará a vice-primeira-ministra Yulia Svyrydenko, enquanto a Rússia estará representada pela presidente do Conselho da Federação — o nome local do Senado — Valentina Matviyenko.
O tom é de reconstrução de relações, muitas delas desfeitas na gestão de Jair Bolsonaro. O melhor exemplo disso são as parabenizações que Lula recebeu poucas horas após ser eleito, em 30 de outubro. Naquele dia, por exemplo, o presidente francês Emmanuel Macron escreveu em uma rede social:”Parabéns, meu caro Lula, por sua eleição que dá início a um novo capítulo da história do Brasil. Juntos, vamos unir nossas forças para enfrentar os muitos desafios comuns e renovar o vínculo de amizade entre nossos dois países”.
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou à época que Lula vai “corresponderá a um período promissor nas relações fraternais entre os povos brasileiro e português e por isso também entre os dois Estados!”.
Por outro lado, as expectativas estão elevadas. Mais que o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, aos europeus o que vale é normalizar os debates ambientais. Além disso, há a expectativa de que o Brasil volte a assumir um protagonismo entre os países emergentes e ter voz ativa em conflitos globais, como a invasão da Ucrânia.
