A pandemia de COVID-19 mudou drasticamente a forma como as pessoas trabalham – da massificação do trabalho remoto e de ferramentas de colaboração on-line até uma queda brusca das viagens a trabalho. Mesmo com a afrouxamento das restrições de locomoção, desde 2022, a dinâmica do trabalho continua a se transformar.
As viagens de negócios – uma atividade que ficou praticamente paralisada durante a pior parte da pandemia – tem voltado à agenda das empresas, e mais e mais trabalhadores têm se mostrado dispostos a retomar as viagens corporativas – não sem demandar mais flexibilidade e responsabilidade no agendamento das viagens. É o que mostra a pesquisa “Global Business Traveler Report”, produzido pela Wakefield Research para a empresa alemã de softwares SAP.
Enquanto o entusiasmo com viagens a trabalho é grande nas Américas, como 80% dos trabalhadores muito dispostos a aceitar viagens a trabalho em 2023, apenas 61% dos trabalhadores Europeus estão dispostos a retomar uma agenda de viagens este ano – um salto de 11 pontos percentuais comparado com o ano passado. Para esses passageiros corporativos, entretanto, duas condições são essenciais: segurança e sustentabilidade.
Sustentabilidade tornou-se um valor fundamental para os viajantes, com 89% deles dispostos a mudar atitudes e planos de viagem para minimizar seu impacto ambiental. E 36% deles esperam que as empresas também flexibilizem as políticas de agendamento de passagens e hospedagens para permitir opções mais sustentáveis. 22% dos Europeus declinariam oportunidades de viagens fora dessas condições.
O cuidado com a segurança pessoal também cresceu no pós-pandemia, com quase metade dos viajantes corporativos (44%) colocando o item no topo das preocupações de quem viaja a trabalho. Saúde pública, conflitos armados e discriminação estão entre os temas que angustiam os viajantes, e 17% dos europeus declararam já terem passado por uma situação em que sentiam que sua integridade física estava imediatamente ameaçada. Questões relacionadas com etnia, religião e sexualidade também são preocupações constantes. 26% dos viajantes declararam terem passado por processos de revistas degradantes em aeroportos, enquanto 22% foram alvos de comentários ou avanços sexuais indesejados. 20% ainda disseram já ter sido alvo de ofensas durante viagens ao Exterior. Os números são ainda mais alarmantes para os viajantes LGBTQ+, com 32% experimentando situações de perigo imediato, 40% foram alvos de importunação sexual e 33% foram atacados verbalmente.
A pesquisa “Concur Survey – Business Travellers” foi conduzida pela Wakefield Research em abril de 2023, e entrevistou 3850 viajantes corporativos oriundos de 25 países diferentes. A pesquisa completa pode ser acessada aqui.