
Um estudo recente da organização ambiental Germanwatch revelou que, entre 1993 e 2022, eventos climáticos extremos resultaram em quase 800 mil mortes e prejuízos econômicos de aproximadamente US$ 4,2 trilhões em todo o mundo. Embora países do Sul Global, como Dominica, China e Honduras, liderem a lista dos mais afetados, nações europeias também enfrentaram consequências severas.
Dados indicam que, nas últimas três décadas, as temperaturas na Europa aumentaram mais que o dobro da média global. Esse aquecimento acelerado contribuiu para a intensificação de eventos climáticos extremos no continente. Por exemplo, a onda de calor de 2003 resultou em aproximadamente 70 mil mortes em diversos países europeus, destacando a vulnerabilidade da região a tais fenômenos.
Impactos específicos em países europeus
- Espanha: Entre 1993 e 2022, o país registrou cerca de 27 mil mortes e perdas econômicas de aproximadamente US$ 25 bilhões devido a eventos climáticos extremos, como inundações, secas e ondas de calor. A região do Mediterrâneo, onde a Espanha está localizada, é particularmente vulnerável devido ao aquecimento global.
- Itália: Ondas de calor, especialmente nos anos de 2003 e 2022, resultaram em mais de 38 mil mortes. Esses eventos evidenciam a necessidade urgente de políticas de adaptação e mitigação.
- França: A onda de calor de 2003 teve um impacto devastador, causando aproximadamente 14.802 mortes, principalmente entre idosos. A falta de preparação e infraestrutura adequada contribuiu para a gravidade das consequências.
Desafios e necessidade de ação
A Germanwatch enfatiza a urgência de ações multilaterais para enfrentar a crise climática. Laura Schaefer, chefe da Divisão de Política Climática Internacional da organização, destaca que a crise climática está se tornando um risco global de segurança e deve ser abordada com medidas ousadas. Além disso, há uma necessidade premente de apoio financeiro para os países mais vulneráveis, visando aumentar suas capacidades de adaptação e enfrentar adequadamente as perdas e danos causados por eventos extremos.
A próxima cúpula climática, a ser realizada no Brasil, deverá abordar a falta de financiamento climático adicional para apoiar os mais afetados. Especialistas ressaltam que, sem investimentos significativos em mitigação e adaptação, os custos humanos e econômicos continuarão a crescer de forma alarmante.
A Europa, apesar de seus recursos e infraestrutura avançada, não está imune aos impactos devastadores das mudanças climáticas. Eventos extremos recentes sublinham a necessidade de políticas eficazes de adaptação e mitigação, bem como de uma cooperação internacional reforçada para enfrentar os desafios climáticos que se intensificam a cada ano.