
A reeleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos gerou incertezas geopolíticas que colocam a Europa em estado de alerta. Em meio a tensões globais, a Polônia, ao assumir a presidência rotativa da União Europeia, destacou a necessidade urgente do bloco reforçar sua segurança e autonomia estratégica.
“Os próximos meses serão extremamente desafiadores. É hora de assumirmos a responsabilidade pelo nosso futuro e nossa segurança”, afirmou Adam Szłapka, ministro polonês para Assuntos Europeus, em entrevista ao The Guardian.
O discurso reflete preocupações sobre as promessas de Trump, como negociar o fim da guerra na Ucrânia e sua polêmica ameaça de usar força militar para tomar territórios como a Groenlândia. Essas ações, além de desestabilizarem normas internacionais, impactam diretamente a segurança e a economia global.
Segurança além das fronteiras
Szłapka reforçou que a segurança europeia vai além do aspecto militar, englobando energia, economia e estabilidade interna.
Não é só sobre defesa. Precisamos de soluções abrangentes para garantir a segurança em todas as frentes.
A Polônia, tradicional defensora de uma postura mais rígida contra a Rússia, ampliou as críticas após a invasão da Ucrânia e ganhou novos aliados – já que a guerra mudou a percepção de outras nações europeias sobre o país.
Mudança de tom no bloco europeu
A transição da presidência da Hungria para a Polônia trouxe uma mudança significativa na abordagem do bloco. Sob Viktor Orbán, a Hungria adotava uma postura pró-Rússia e frequentemente entrava em conflito com Bruxelas. A Polônia, por sua vez, busca alinhar os interesses da UE e reforçar a coesão interna.
No entanto, tensões persistem entre os dois países. Um recente episódio envolvendo a concessão de asilo pela Hungria a um ex-ministro polonês acusado de crimes gerou atritos, levando a Polônia a excluir o embaixador húngaro de um evento oficial.
Rumo à proteção do bloco
Especialistas destacam que, para fortalecer a União Europeia, o bloco deve aumentar os gastos com defesa e formar coalizões internas que minimizem vetos individuais, como os frequentemente usados pela Hungria. Além disso, a união em torno de valores como o Estado de Direito e a cooperação internacional será essencial para enfrentar os desafios impostos por Trump.