Europa avalia riscos e benefícios da dipirona

28 de junho de 2024 2 minutos
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A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) iniciou uma profunda revisão sobre o uso da dipirona após a agência sanitária da Finlândia reportar um aumento em efeitos negativos em usuários em relação ao medicamento. Essa revisão tem como objetivo avaliar a segurança e a adequação da dipirona em toda a União Europeia.

Enquanto o continente volta suas atenções para os eventuais riscos potenciais, no Brasil o produto é amplamente utilizado e conta com imagem positiva há décadas. Frequentemente usada para aliviar dores e reduzir febres, a dipirona é um dos remédios mais populares no mercado nacional e prescrita regularmente por médicos.

Trata-se de um analgésico de reconhecida eficácia embora envolto em controvérsias em alguns países. Nos Estados Unidos e no Reino Unido, por exemplo, seu uso é proibido desde os anos 1970, devido a preocupações com um efeito colateral raro mas grave, a agranulocitose, que compromete o sistema imunológico e deixa os pacientes vulneráveis a infecções. Essa proibição se baseou em estudos da época que associaram o medicamento a esses riscos.

No entanto, pesquisas mais recentes, incluindo grandes estudos internacionais, têm questionado aqueles dados anteriores, sugerindo que a dipirona pode ser segura quando utilizada corretamente. No Brasil, por exemplo, um estudo apontou que os casos graves relacionados ao uso de dipirona são extremamente raros, reforçando a confiança na segurança do medicamento.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) defende a utilização da dipirona, destacando sua eficácia e os baixos riscos associados ao seu uso. Em um evento realizado recentemente, a Anvisa afirmou que “a dipirona é um medicamento eficaz e seguro, com riscos semelhantes aos de outros analgésicos disponíveis no mercado”.

Apesar das preocupações europeias, a dipirona continua sendo um produto amplamente aceito e utilizado no Brasil, evidenciando uma diferença significativa na percepção de risco entre as regiões. A EMA seguirá com sua avaliação e, dependendo dos resultados, poderá decidir sobre a continuidade ou não da comercialização da dipirona na União Europeia.

 

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