Espanha prevê primeira estrada “viva” e inteligente para 2024

22 de agosto de 2022 3 minutos
Europeanway

Países como a Espanha, com uma ampla malha rodoviária e trajetos que remontam a 1761, se especializaram em modernizar e melhorar as estradas, tornando-se referência global. Agora, entretanto, vão viver uma revolução ainda maior, fazendo com que as rodovias deixem de ser simples meios de ligação entre dois pontos. Com tecnologia, em especial o 5G, as estradas inteligentes, “vivas”, que se comunicarão em tempo real com os motoristas, serão realidade em curto prazo.
Em 2024, a Espanha irá inaugurar, em Biscaia, o primeiro pedaço de autoestrada inteligente adaptado para carros autônomos no país. Será um trecho de 57 quilômetros, que atravessa o País Basco de leste a oeste. Esse é um dos marcos no desenvolvimento de estradas inteligentes na Europa, que estão se tornando mais uma realidade e menos uma ideia futurista. Projeto que se soma ao já inaugurado túnel de Lugo, que desde 2021, dispõe de rede 5G conectada aos veículos que passam por ali.
A nova rede de internet mais veloz e segura permitirá, além da comunicação em tempo real com os motoristas, fornecer dados preciosos sobre as estradas. A sensorização de estradas em sintonia com os avanços da chamada Internet das Coisas (IoT), e que permitirá medir o nível de umidade, saturação de tráfego, temperatura, risco de deslizamentos de terra. São avanços que já estão em curso, juntamente com o desenvolvimento de big data e inteligência artificial que deverá levar à interação com os motoristas em caso de acidente, desabamento, interdição de via. Tudo isso se soma ainda ao aumento das frota de veículos autônomos
Os impactos vão para além dos usuários das estradas e impactará todo o planeta. A expectativa é que toda essa evolução tecnológica traga inovações decisivas para tornar as emissões líquidas zero uma realidade no setor em 2050. Por exemplo, a criação de novos materiais para a malha rodoviária que representam um avanço em relação ao do ponto de vista da economia circular, a promoção de novos sistemas de propulsão para veículos que gerem uma pegada de carbono baixa ou nula ou a implantação de uma rede de pontos de carregamento no caso dos carros elétricos.
Um dos grandes desafios para sustentabilidade de rodovias é o desenvolvimento ou reaproveitamento de materiais para a produção de asfalto de forma sustentável. Já existem experiências com resíduos de pneus que gera um asfalto mais resistente e outras que usam tintas que permitem a proteção do asfalto e também se recarregam com o sol para produção de iluminação. As espanholas Acciona e Rapsol estão desenvolvendo um asfalto que permite que o mesmo se conserte quando começar a apresentar sinais de deterioração, o que prolonga sua vida útil.
Além dos exemplos espanhóis, nos Estado Unidos, em Detroit, será inaugurado em 2023 o primeiro trecho de estrada com carregamento elétrico por indução, que permitirá que os veículos elétricos recarreguem suas baterias percorrendo o quilômetro e meio de asfalto sob o qual foram colocadas bobinas de cobre. Só rolando sobre eles ganharão quilômetros de autonomia.
Mas além dos asfaltos que permitem o auto carregamento, será necessária a proliferação de pontos De qualquer forma, alcançar a neutralidade climática no transporte rodoviário também exigirá outra importante linha de inovação: o desenvolvimento de combustíveis renováveis, capazes de oferecer os mesmos benefícios dos convencionais, mas com baixa ou zero pegada de carbono.

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