Os países escandinavos foram mais uma vez o grande destaque no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), segundo a nova edição da pesquisa, divulgada nesta quinta-feira (23/1) pela organização Transparência Internacional. A Dinamarca seguiu na primeira posição, agora empatada com a Nova Zelândia, com Finlândia, Suécia e Noruega no terceiro, quarto e sétimo lugares, respectivamente. Bem perto de entrar no grupo dos dez primeiros colocados, a Islândia apareceu neste ano em 11º lugar, três degraus acima de sua posição no ano passado.
Para elaborar o ranking, a entidade atribui notas aos países com base no quão corrupto o setor público é percebido por executivos, investidores, acadêmicos e estudiosos da área da transparência. O índice analisa aspectos como propina, desvio de recursos públicos, burocracia excessiva, nepotismo e habilidade dos governos em conter a corrupção.
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Os 180 países avaliados recebem notas de 0 a 100. Dinamarca e Nova Zelândia, as líderes, somaram 87 pontos, enquanto a pontuação de Finlândia, Suécia, Noruega e Islândia foi de 86, 85, 84 e 78, respectivamente. A Somália, última colocada – mesma posição registrada na versão anterior do ranking -, recebeu nota 9.
O Brasil somou os mesmos 35 pontos de 2019, empatando com Albânia, Argélia, Costa do Marfim, Egito, Macedônia e Mongólia. A pontuação brasileira seguiu a mesma, mas o país caiu um degrau, para o 106º lugar. Foi o quinto recuo consecutivo do país no ranking, o que o colocou em sua pior posição desde o início da série histórica, em 2012.
Segundo a Transparência Internacional, a despeito de o combate à corrupção ter sido decisiva para o resultado das eleições de 2018, o Brasil atravessou o ano passado sem conseguir aprovar reformas que atacassem de fato as raízes do problema. O elevado índice de renovação política deveu-se, na avaliação da entidade, à vitória de candidatos que tinham baseado suas campanhas em fortes discursos anticorrupção.
No entanto, "poucos avanços e retrocessos em série aconteceram no arcabouço legal e institucional anticorrupção do país", diz a organização. "Viu-se ainda um aumento das tentativas de interferência política do Palácio do Planalto nos órgãos de controle, com substituições polêmicas na Polícia Federal e Receita Federal e nomeação de um procurador-geral da República fora da lista tríplice. No Congresso Nacional, foram aprovadas leis na contramão do combate à corrupção, como, por exemplo, a que criou mecanismos que enfraqueceram ainda mais a transparência de partidos e o controle do gasto público em campanhas eleitorais."
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