Os escandinavos acabam de reafirmar seu status de líderes globais em liberdade de imprensa. Os países da região ocuparam nada menos que quatro das cinco primeiras posições do ranking elaborado pela organização Repórteres sem Fronteiras: além da Noruega, que ficou em primeiro lugar pelo terceiro ano seguido, o topo da lista teve ainda Finlândia (2º), Suécia (3º) e Dinamarca (5º). A edição 2019 do ranking foi revelada na última quinta-feira (18/4).
Finlandeses e dinamarqueses avançaram em relação à lista publicada no ano passado, quando os suecos foram os vice-campeões. O avanço mais expressivo foi da Dinamarca, que ganhou quatro posições. A Islândia ficou bem posicionada, em 14º lugar, embora não tenha aparecido entre os dez primeiros colocados. O ranking tem ao todo 180 países.
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A Repórteres sem Fronteiras divide as nações em cinco diferentes estágios de liberdade, identificados por cores. Mesmo naqueles que oferecem melhores condições aos jornalistas, os critérios de liberdade de imprensa caíram. No ano passado, 26% dos países analisados estavam classificados em situações “boa” ou “relativamente boa”. Neste ano, a proporção caiu para 24%. No total, 15 países são considerados com situação boa, com a cor branca no mapa – todos os escandinavos estão nesse grupo. No ano passado, eram 17.
Os países considerados em situação “difícil” e “muito grave”, em preto, representam 40% do total, um ponto percentual a mais do que em 2018. O Turcomenistão perdeu duas posições e desceu ao último lugar do ranking, antes ocupado pela Coreia do Norte, que ficou em penúltimo. Em 178º apareceu a Eritreia; com elevado controle estatal sobre as comunicações, a China ficou em 177º lugar.
O Brasil caiu três posições e passou a figurar na 105ª posição. Segundo o diretor da RSF para a América Latina, Emmanuel Colombié, o Brasil está na pior posição desde que o ranking começou a ser publicado, em 2002. À Agência Brasil, ele cita o assassinato, no ano passado, de quatro jornalistas no país por causa do exercício da profissão.
Nesse quesito, na América Latina, o Brasil ficou atrás apenas do México, que registrou o assassinato de dez jornalistas no ano passado e ficou em 144º no ranking em termos de violência na região. No mapa, o Brasil aparece com uma situação classificada como “problemática”, identificada com a cor laranja. Para o diretor da RSF, o país corre o risco de mudar o status no próximo ano para “situação difícil”, em vermelho.
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(Foto: Kyrre Lien / Aftenposten)