Economia e meio ambiente são temas prioritários na agenda de encontros entre Emmanuel Macron e Lula esta semana

25 de março de 2024 2 minutos
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O presidente francês Emmanuel Macron chega ao Brasil nesta 3ª. feira e ficará três dias no país. Ele não visitava a América Latina Sul desde 2017, quando estava em seu primeiro mandato, e sua visita é mais um passo no processo de revigoramento das relações entre os dois países, fortemente afetadas durante o governo de Jair Bolsonaro.

Independente da reaproximação diplomática (ainda que os dois governos tenham visões diferentes em temas como a invasão da Ucrânia pela Rússia, condenada por Paris mas não criticada por Brasília, e os tons adotados na questão do conflito em Gaza) o aspecto econômico ajuda a dar relevância ao encontro entre os dois líderes.

O Brasil é o maior comprador de produtos e serviços da França na América Latina e o segundo na lista das economias emergentes que mais recebem investimentos daquele país. O comércio bilateral atinge 8,4 bilhões de euros por ano e Paris é superavitária nessa relação comercial em 379 milhões de euros.

Do total das exportações nacionais para a França, expressivos 29% são de itens do setor agrícola. Essa participação preocupa os produtores franceses e contribuiu fortemente para inviabilizar, pelo menos até o momento, a finalização de um acordo comercial entre União Europeia e Mercosul que parecia bem encaminhado até o final do ano passado mas acabou frustrado.

“Estamos num momento franco-brasileiro”, defende a chancelaria francesa, destacando os “muitos pontos de convergência” com Lula, particularmente nas “grandes questões globais”.

Os dois líderes parecem interessados ​​em avançar em temas que os unem, como meio ambiente e a transição para uma economia mais verde, além da reforma da governança internacional. “Não conseguiremos vencer a luta pelo clima se não vencermos também a luta contra a pobreza. É realmente uma convicção que os une”, aponta o Palácio do Elysée.

O Brasil, que este ano preside o G20, grupo das nações mais industrializadas, sediará a COP30 em Belém em 2025 (não coincidentemente, o primeiro encontro entre Lula e Macron será naquela cidade). O país está no centro dessas discussões de alcance global e quer aproveitar ao máximo esse protagonismo  até o final do ano, quando passa a presidência do G20 para a África do Sul.

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