Apesar da guerra na Ucrânia e das pesadas sanções impostas pelo Ocidente, a economia russa registrou uma notável resiliência nos últimos anos. Inicialmente, as medidas econômicas adotadas pelo Ocidente resultaram em um colapso do rublo e em uma grande recessão na Rússia.

Contudo, uma mudança significativa ocorreu recentemente, com a economia russa sendo destacada como a que mais cresce na Europa, segundo o presidente Vladimir Putin, e com o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisando para cima suas previsões de crescimento para o país. De acordo com dados do FMI, a economia russa superou em crescimento todo o G7 no ano passado e deve continuar liderando em 2024.

Essa resiliência econômica é atribuída em parte à remobilização da economia russa para o esforço militar, especialmente na construção de frentes defensivas no leste e no sul da Ucrânia. No entanto, questões sobre a sustentabilidade desse modelo econômico emergem, considerando a crescente dependência russa nas receitas do petróleo, da China e dos gastos de guerra. Enquanto os fluxos de receita provenientes dos hidrocarbonetos continuam a fluir, apesar dos embargos ocidentais, a economia russa permanece vulnerável a mudanças no mercado global de energia e às pressões crescentes impostas pelo Ocidente.

A estratégia ocidental para conter a Rússia envolve uma abordagem cautelosa, visando restringir o acesso russo à tecnologia, aumentar os custos e limitar as receitas do país, enquanto evita um confronto direto que possa ser prejudicial para ambas as partes.

Embora a utilização dos ativos financeiros russos congelados seja considerada como uma possível fonte de financiamento para a reconstrução da Ucrânia, essa ação pode ter implicações significativas no sistema financeiro global e nas relações diplomáticas internacionais.

A batalha sobre a economia russa não apenas moldará o futuro deste conflito, mas também terá ramificações que se estendem além das fronteiras da Rússia e da Ucrânia, impactando a economia global como um todo.