Nórdicos lideram novo ranking de respeito a direitos das crianças

26 de maio de 2020 3 minutos
Islândia ficou em primeiro lugar no ranking de direitos das crianças pelo segundo ano seguido

Os países nórdicos ocupam quatro dos dez primeiros lugares do ranking sobre respeito aos direitos das crianças no mundo, segundo a nova edição da pesquisa sobre o tema produzida anualmente pela KidsRights Foundation, publicada nesta terça-feira (26/5). Assim como em 2019, a Islândia apareceu no topo, com Finlândia e Suécia em terceiro e quarto, respectivamente. A Dinamarca ficou na décima posição, a mesma do ano passado.

Criada na Holanda em 2003, a organização produz o ranking em parceria com a faculdade de economia da Erasmus University Rotterdam e o Instituto Internacional de Estudos Sociais, um curso de pós-gradução também vinculado à universidade holandesa. Para fazer o comparativo, a pesquisa considera 20 diferentes quesitos, que vão de expectativa de vida ao nascer a registros de trabalho infantil. Esses dados são agrupados em cinco áreas, como educação, saúde e proteção, nas quais os países recebem notas de 1 a 5 em cinco áreas. A classificação final considera o conjunto das notas.

Um dos alertas da nova edição do ranking é sobre o impacto da pandemia sobre o respeito aos direitos das crianças. “A pesquisa mostra que, em todo o mundo, os países alocam recursos insuficientes para [assegurar] os direitos das crianças, especificamente em proteção, saúde e educação. Com a crise do coronavírus, esse quadro não deve mudar tão cedo”, afirma, em comunicado, Marc Dullaert, fundador e presidente do conselho da Fundação KidsRights.

Ao todo, 188 países fecharam escolas como parte das medidas de isolamento social adotadas para conter a disseminação da covid-19. Isso afetou 1,5 bilhão de crianças e adolescentes no mundo. Com isso, afirma a entidade, muitos desses estudantes acabaram mais expostos a riscos de trabalho infantil e violência doméstica. Outros desdobramentos incluíram a suspensão de campanhas de vacinação contra o sarampo em 23 países, o que afetou 78 milhões de crianças com idades de até 9 anos. A pesquisa cita ainda a estimativa das Nações Unidas de que entre 42 milhões e 66 milhões de crianças passariam à enfrentar a extrema pobreza por causa da crise atual.

Brasil em 102° lugar

O ranking comparou 182 países. O Brasil ficou em 102° lugar, logo atrás do Irã. Na América do Sul, Chile (19°) e Uruguai (23°) foram os mais bem-avaliados e Brasil e Venezuela, os piores; os venezuelanos ficaram em 104° lugar. Das cinco áreas consideradas no comparativo, o pior desempenho brasileiro foi em “ambiente favorável aos direitos da criança”, na qual o país ficou em 152° lugar. Nesse grupo entram indicadores como orçamento e estrutura legal para assegurar o cumprimento de direitos. 

Clique aqui para conhecer a pesquisa completa.

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