O governo dinamarquês quer autorizar estabelecimentos comerciais como varejistas de roupas, lojas de conveniência e postos de combustível a recusar pagamentos feitos em dinheiro. Além de acelerar os planos do país de reduzir o uso de cédulas e moedas, a medida também pretende aumentar a segurança no comércio, disse o ministro de Finanças, Rasmus Jarlov, à emissora pública de notícias DR.
LEIA TAMBÉM:
– Na Dinamarca, 1500 restaurantes já aceitam pagamento em bitcoin
– Na Suécia, 3 mil pessoas já usam microchips sob a pele
“Como menos pessoas usam dinheiro vivo hoje em dia, é preciso haver um equilíbrio entre os riscos de segurança impostos aos empresários e os benefícios de aceitar dinheiro”, afirmou Jarlov. Uma lei aprovada em 2017 já permite que alguns tipos de estabelecimentos não aceitem dinheiro físico entre as 22h e as 6h. O novo plano aumenta o alcance dessa regra. Hoje, vários tipos de serviços ainda são obrigados a aceitar dinheiro em espécie. A lista inclui supermercados, serviços postais, médicos, farmácias e outros segmentos tidos como "funções sociais centrais".
A Dinamarca já tem a meta de abandonar completamente o uso de cédulas e moedas até 2030, segundo registra o site RT. A meta é ousada e está em linha com o crescente uso de meios de cartões de crédito e meios de pagamento digitais. Ainda assim, embora bem-vista por muitos segmentos, não há unanimidade sobre ela.
“Alguns grupos na sociedade não têm outra opção senão pagar em dinheiro, como jovens, pessoas com deficiência e socialmente vulneráveis. Também precisamos levar em conta as necessidades dessas pessoas quando criarmos a nova lei ”, disse ao DR Troels Holmberg, economista-sênior do grupo de direitos do consumidor Tænk.
O processo de digitalização da economia dinamarquesa tem sido acelerado. Segundo o banco central, hoje, apenas 20% de todas as transações financeiras registradas no país são feitas em dinheiro.