A preocupação com os rumos do conflito entre Rússia e Ucrânia e seus desdobramentos pela Europa tem feito com que países de todo continente passem a repensar suas respectivas políticas de Defesa. Um exemplo é a Dinamarca, cujo território correspondente às áreas conjuntas Sergipe e Alagoas e cuja população (5,8 milhões) equivale ao soma de habitantes de Brasília e Salvador.
País onde uma monarquia constitucional convive com um sistema parlamentar de governo, a Dinamarca é membro da União Europeia desde 1973, e um dos membros fundadores da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), aliança militar do Ocidente.
Seu governo decidiu agora ampliar o número de militares na ativa e modernizar suas Forças Armadas. Para isso, o Ministério da Defesa dinamarquês anunciou que vai investir 5 bilhões de euros pelos próximos dez anos.
Desse total, cerca de 3,6 bilhões de euros serão para instalações, equipamentos de defesa, tecnologias de informação e pessoal para garantir um nível satisfatório de atualização.
“Ao mesmo tempo, devemos reconhecer que nós, políticos, tomamos decisões com base em premissas que se mostraram incorretas. Isso significa que estamos perante uma tarefa importante: restaurar os fundamentos da defesa antes de consolidá-los”, explicou o ministro da Defesa, Troels Lund Poulsen.
Uma auditoria realizada recentemente nas Forças Armadas do país revelou provas de desgaste de equipamentos e inadequação de quartéis, bem como profundos desafios no domínio da tecnologia de informações. Além do investimento já anunciado, o governo dinamarquês vai destinar 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) ao setor de Defesa até 2030, cumprindo dessa forma um objetivo compartilhado no âmbito da OTAN.
Doações a Ucrânia e cúpula de paz
No início de maio o Ministério da Defesa dinamarquês anunciou a doação nos próximos meses de 228 milhões de euros em equipamento militar, munições e material de defesa aérea à Ucrânia, visando reforçar a capacidade ofensiva do país na guerra com a Rússia. A doação inclui veículos blindados, morteiros e pontes móveis e eleva a ajuda militar dinamarquesa ao governo de Kiev aos 1,4 bilhão de euros desde o início da invasão russa.
A Dinamarca confirmou a sua intenção de sediar uma cúpula de paz em julho próximo para discutir o fim do conflito entre russos e ucranianos. A ideia é que o encontro também conte com a participação de países não aliados à Volodymyr Zelensky como a China, sabidamente alinhada a Vladimir Putin.
O chanceler Lars Lokke Rasmussen menciona o Brasil como um dos países a serem envolvidos nas conversações de paz, indicando que assim como os chineses e indianos, os brasileiros também devem se envolver mais amplamente na busca de uma solução para o conflito do Leste Europeu.
