De olho na segurança, Europa adota tecnologia anti-sono em carros novos

18 de julho de 2024 3 minutos
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A União Europeia deu um passo decisivo para aumentar a segurança nas estradas, tornando obrigatória a implementação de tecnologia anti-sono em todos os carros novos. A medida visa reduzir drasticamente os acidentes de trânsito, com a ambiciosa meta de salvar 25 mil vidas até 2038 e eliminar completamente as mortes no trânsito até 2050.

Assim como o airbag se tornou um padrão de segurança no passado, agora todos os veículos novos produzidos na Europa precisarão incluir dispositivos capazes de detectar a fadiga e a sonolência dos motoristas, alertando-os para prevenir acidentes graves. Essa iniciativa é parte de um esforço maior do Euro NCAP (Programa Europeu de Avaliação de Carros Novos) para transformar positivamente o sistema rodoviário europeu.

Os números falam por si: em 2019, 22.800 pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito na Europa. Em 2022, esse número caiu para 20.400, uma redução de 10%. Com a nova tecnologia, a expectativa é evitar pelo menos 140 mil ferimentos graves até 2038. Se as reduções continuarem nesse ritmo, a União Europeia espera zerar as mortes no trânsito até 2050.

Além da tecnologia de detecção de sonolência, a nova legislação inclui uma série de outras regulamentações de segurança. Todos os veículos motorizados, incluindo carros, caminhões e ônibus, deverão adotar sistemas de assistência à velocidade, câmeras ou sensores para detecção de marcha-ré, sistemas de permanência na faixa, frenagem automatizada e gravadores de dados de eventos.

Para aumentar a segurança de pedestres e ciclistas, ônibus e caminhões serão equipados com tecnologias que melhoram o reconhecimento de pontos cegos e sistemas de alerta, além de sensores específicos para monitoramento da pressão dos pneus.

No coração dessa revolução está a tecnologia DDAW (Driver Drowsiness and Attention Warning), desenvolvida para avaliar o estado de alerta do condutor através da análise de dados do veículo. Quando necessário, o sistema fornece um aviso de perigo, detectando padrões de condução que indicam fadiga.

E o Brasil?

Enquanto a Europa avança com essas regulamentações inovadoras, o Brasil permanece estagnado. Não há debates significativos sobre a construção de uma legislação com metas concretas para reduzir os acidentes de trânsito causados pela fadiga. Embora existam campanhas importantes lideradas por entidades não governamentais e órgãos públicos, como o “Maio Amarelo” do Observatório Nacional de Segurança Viária, os índices de acidentes no Brasil continuam alarmantes.

Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que o Brasil é o terceiro país com mais mortes no trânsito no mundo, com 31.174 óbitos registrados em 2022. Isso coloca o Brasil atrás apenas de Índia e China, países com populações muito maiores.

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