Cresce o risco dos investimentos europeus feitos na Rússia

Ciro Reis é CEO na Imagem Corporativa 17 de maio de 2023 2 minutos
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O confronto econômico da Rússia com o Ocidente após a invasão da Ucrânia pelo Kremlin parece estar entrando em um novo e perigoso estágio, escreve no jornal inglês Financial Times a especialista Alexandra Prokopenko do Carnegie Russia Eurasia Center, do German Council on Foreign Relations e pesquisadora do Centre for East European and International Studies.

Segundo ela, até agora Moscou vinha concentrando suas medidas de retaliação ao boicote de países ocidentais após a invasão da Ucrânia por meio de forte limitação no fornecimento de energia para os mercados europeus. Mas a postura pode mudar depois de uma série de decisões judiciais na Europa congelando ativos russos no continente. O Kremlin já sinaliza com a estruturação de um arcabouço legal destinado a ampliar a nacionalização temporária de ativos estrangeiros no país.

O texto do Financial Times informa que estão em jogo projetos que custaram bilhões de dólares e exigiram anos de trabalho. E acrescenta que uma estratégia de Moscou pode ser o uso de abordagens específicas para cada organização internacional com presença em seu território, abrindo espaço assim para alimentar novas divisões no Ocidente enquanto beneficia grupos de interesse dentro da Rússia.

As primeiras vítimas da nova política (os ativos russos de duas empresas de energia Fortum da Finlândia e Uniper da Alemanha)  foram recentemente colocados sob administração provisória por decreto do presidente russo Vladimir Putin, informa o jornal.

O início de uma fase mais dura do governo Putin em relação a investimentos europeus na Rússia parece ter começado mais especificamente a partir de uma decisão do tribunal administrativo federal em Leipzig, na Alemanha.

O tribunal rejeitou uma reclamação da petroleira estatal russa Rosneft, chefiada por Igor Sechin, um aliado de longa data de Putin. A reclamação da Rosneft foi contra o governo alemão e sua decisão em setembro de colocar os ativos da empresa na Alemanha sob a supervisão do regulador nacional de energia. Antes dessa etapa, a Rosneft era a terceira maior empresa de refino de petróleo da Alemanha, respondendo por mais de 12% da capacidade de processamento do país.

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