A rede de varejo Stockmann, da Finlândia, informou nesta segunda-feira (6/4) que entrará com pedido de reestruturação corporativa em virtude da crise do coronavírus. A alegação da empresa não poderia ser outra: o declínio “abrupto e significativo” no número de clientes causado pela pandemia.
Com operações também na Rússia, Estônia e Lituânia, a Stockmann é um ícone de seu setor na Finlândia. A empresa abriu suas portas em 1862, o que faz dela uma das lojas de departamentos mais antigas do mundo ainda em operação. A mais antiga, a Le Bon Marché, de Paris, iniciou suas atividades apenas dez anos antes da finlandesa.
Em seu comunicado à imprensa, a varejista declarou ser inviável criar no momento uma resposta que contrabalance os efeitos da pandemia sobre os negócios. Nem mesmo a alta recente – e robusta – nas vendas das lojas físicas e o crescimento da Lindex, sua operação de comércio eletrônico, poderão compensar as perdas causadas pela crise.
Caixa zerado
“O coronavírus e as medidas de isolamento social adotadas para limitar sua disseminação tiveram e continuarão a ter um impacto no número de clientes e no fluxo de caixa da empresa”, disse a varejista. Segundo registro do site Helsinki Times, Lauri Ratia, presidente do conselho de administração da Stockmann, informou que as reservas de caixa da empresa se esgotaram.
A reestruturação corporativa é o equivalente finlandês da brasileira recuperação judicial. Recorrem a esse instrumento empresas que estão com alto endividamento e com fluxo de caixa incapaz de manter os compromissos em dia. Depois de a empresa fazer o pedido, um tribunal decide se ela se encaixa nos critérios exigidos para aprovação da medida.