Contrariando uma tendência global a Grécia adota semana de trabalho de seis dias

02 de julho de 2024 2 minutos
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Enquanto muitos países estão discutindo jornadas semanais reduzidas, as empresas na Grécia terão a possibilidade de impor uma semana de trabalho de seis dias. A medida abrange negócios que operam 24 horas por dia, 7 dias por semana, ou que enfrentam uma carga de trabalho extraordinariamente alta. Esta mudança surge em um momento em que a tendência mundial é a redução da semana de trabalho para quatro dias, sendo testada e implementada em diversos países, inclusive no Brasil.

Os trabalhadores gregos, especialmente os mais jovens, expressaram grande descontentamento com a nova medida, que aumenta a jornada de trabalho de 40 para 48 horas semanais. Mesmo com a compensação financeira de 40% a mais pelo sexto dia de trabalho e 115% a mais se trabalharem no domingo, muitos trabalhadores priorizam sua saúde e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Dados do Eurostat de 2023 revelam que a Grécia já possuía a média mais alta de horas trabalhadas na União Europeia, com 39,8 horas semanais. Em comparação, a média europeia é de 36,1 horas, e os Países Baixos registram o menor número de horas trabalhadas, com 32,2 horas semanais.

Além disso, a Grécia lidera em termos de horário prolongado, com 11,6% da população trabalhando além das horas regulares, seguida por Chipre (10,4%), França (10,1%), Itália (9,6%) e Portugal (9,0%).

A medida, defendida pelo governo conservador do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, visa aumentar a produtividade e o emprego em um país com uma população envelhecida e em declínio. Desde a crise da dívida soberana em 2009, a Grécia perdeu cerca de 500 mil jovens qualificados, que emigraram em busca de melhores oportunidades.

Enquanto isso, diversos países – inclusive o Brasil – têm experimentado a semana de trabalho de quatro dias. Na Islândia, por exemplo, testes realizados entre 2015 e 2019 mostraram que uma redução na carga horária semanal não afetou a produtividade, mas melhorou significativamente o bem-estar dos trabalhadores. Na Bélgica, uma nova lei permite que os trabalhadores decidam se preferem trabalhar quatro ou cinco dias por semana, sem redução salarial. No Reino Unido, uma grande experiência está em andamento, envolvendo mais de 60 empresas e cerca de 3.000 trabalhadores, para avaliar os impactos da semana de quatro dias.

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