Consumo de açúcar na Noruega cai para o menor nível em 44 anos

Para chegar ao resultado, país elevou impostos sobre produtos como refrigerantes e chocolates e restringiu a venda e a publicidade desses itens

27 de novembro de 2019 3 minutos
Europeanway

Os noruegueses consomem hoje menos açúcar do que em qualquer momento nos últimos 44 anos, segundo um relatório apresentado nesta terça-feira (26/11) pelo Ministério de Saúde Pública do país. O declínio foi paulatino, mas ganhou velocidade neste século: desde o ano 2000, o consumo anual do produto por pessoa diminuiu mais de 1kg por ano.

De acordo com o relatório sobre a dieta norueguesa, entre 2000 e 2018, a ingestão de açúcar caiu de 43kg para 24kg por pessoa, em média, com declínio de 27% apenas nos últimos dez anos. Isso derrubou o consumo per capita para níveis inferiores aos registrados em 1975. Para efeito de comparação, no Brasil, cada pessoa ingere, em média, 54kg de açúcar todo ano.

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As autoridades norueguesas estão satisfeitas, o que não significa que considerem o jogo ganho. "Nós ainda não chegamos ao consumo recomendado, mas já alcançamos nossa meta de redução de açúcar estabelecida para 2021", disse à emissora NRK Linda Granlund, diretora da divisão de saúde pública do país.

O declínio não se reO relatório revelou que as pessoas no país também comem menos chocolate e confeitaria. Os níveis de consumo triplicaram de 5 kg por pessoa por ano em 1960 para cerca de 15 kg em 2008. Em 2018, isso caiu para 12 kg por pessoa por ano.

A Noruega tem, desde 1922, um imposto adicional sobre o açúcar. No entanto, a criação do tributo nada teve a ver com uma eventual preocupação com a saúde dos contribuintes, e sim como instrumento para aumentar a receita do Estado. Mais recentemente é que outras medidas foram tomadas especificamente como política de saúde pública.

O país criou, por exemplo, impostos específicos para produtos de confeitaria e bebidas açucaradas. Em uma dessas medidas, tomada em janeiro de 2018, o imposto sobre chocolate e confeitaria subiu 83% e o que incide sobre bebidas adoçadas artificialmente, 42%.

Iniciativas do gênero ajudaram a reduzir a ingestão desses produtos. O consumo de chocolate e itens confeitaria na Noruega, que passou 5kg por pessoa por ano em 1960 para cerca de 15kg em 2008, agora está em queda –  no ano passado, ele foi de 12kg. As vendas de refrigerantes doces, por sua vez – que atingiram o pico de 93 litros por pessoa no fim dos anos 90, mais do que o dobro do registrado na década de 1950 -, também começaram a cair acentuadamente. Em 2018, elas foram de 47 litros por pessoa.

Essas iniciativas se somaram ao aumento das restrições sobre a publicidade e o comércio de doces e refrigerantes. Em 2013, fabricantes e fornecedores de alimentos aceitaram adotar voluntariamente a proibição da venda de alimentos e bebidas não saudáveis para crianças com menos de 13 anos.

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