Competividade europeia está em cheque. Suécia pode ser um exemplo?

Carla Saemi, diretora de atendimento na Imagem Corporativa 16 de agosto de 2024 3 minutos
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Dados divulgados em 14 de agosto pela agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat, mostraram que no segundo trimestre do ano a economia da zona do euro voltou a crescer: 0,3% em relação ao trimestre anterior. Embora esse crescimento não seja impressionante, os resultados foram um alívio após mais de um ano de estagnação.

Alguns outros dados foram extremamente comemorados: o número de pessoas empregadas na zona do euro cresceu 0,8%, comparado ao mesmo período do ano anterior e o crescimento salarial está superando a inflação. Porém, análises do The New York Times e The Economist mostram que apesar dos dados, a economia da zona do euro segue em risco, mas com perspectivas diferentes para os países membro.

Segundo The Economist, numa ponta está a Alemanha, que tem enfrentado dificuldades persistentes desde 2019. No segundo trimestre de 2024, a economia alemã registrou um crescimento após mais de um ano de estagnação. Embora o crescimento seja um alívio, os problemas estruturais permanecem. As exportações caíram e há preocupações crescentes com a falta de modernização em setores industriais cruciais.

Além disso a Alemanha enfrenta o desafio demográfico de uma força de trabalho cada vez mais velha, o que representa uma ameaça de longo prazo à competitividade do país. As políticas fiscais também são um ponto de tensão, com o governo alemão lutando para manter um orçamento equilibrado, o que provavelmente resultará em cortes de gastos que podem frear ainda mais o crescimento econômico.

Por outro lado, a Suécia, embora enfrentando seus próprios desafios, tem uma economia mais dinâmica em comparação com a alemã. Artigo do The New York Times destaca que com apenas 10 milhões de habitantes, o país é berço de potências tecnológicas globais como Spotify, Skype e a dona do jogo Candy Crush.

As economias europeias são constantemente criticadas pelo mercado de tecnologia. A alegação é de que as rígidas políticas do continente levam a um menor acesso a venture capital. Mais: a cultura que predomina na região, de aversão a riscos, desestimula o impulsionamento de novos mercados.

Já a Suécia apresenta um cenário diferente. O país já produziu mais unicórnios tecnológicos per capita do que qualquer outro país da Europa, de acordo com um relatório sobre tecnologia europeia da empresa de investimentos Atomico.

A cultura sueca de apoiar empreendedores do setor tecnológico tem atraído atenção dos especialistas no tema, especialmente nesse momento em que existem dúvidas sobre a capacidade da Europa de forma geral em competir com os avanços tecnológicos de americanos e chineses.

A Suécia, assim como a Alemanha, enfrenta pressões devido ao envelhecimento da população, mas em menor escala. O mercado imobiliário sueco, anteriormente uma fonte de crescimento, agora sofre com a queda de confiança. Porém, o país tem se saído melhor na modernização de suas indústrias, especialmente no setor de tecnologia.

O que todos concordam é que a curto prazo, a economia europeia deve continuar a operar em um ambiente de incerteza. Para reverter essa situação, serão necessárias reformas econômicas profundas, mais inovação e medidas destinadas a melhorar a competitividade. Sem isso, o continente corre o risco de ficar ainda mais atrás de outras grandes economias globais.

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