Como uma descoberta sobre a peste negra na Suécia pode reescrever os livros de história

Cientistas encontraram versão mais antiga de que se tem notícia da bactéria que causa a peste bubônica; doença matou um terço da população europeia no século 14

07 de dezembro de 2018 2 minutos
Europeanway

Uma descoberta de cientistas suecos, dinamarqueses e franceses pode acabar exigindo uma atualização dos livros de história. Os pesquisadores identificaram em cadáveres de quase 5 mil anos localizados em Falköping, cidade a oeste da Suécia, a cepa mais antiga de que se tem notícia da yersinia petis, a bactéria que causa a peste bubônica, também conhecida como peste negra.

A doença é famosa por ter causado epidemias devastadoras no passado – em 1347, por exemplo, estima-se que ela tenha matado cerca de um terço da população europeia. Com a descoberta, agora se sabe que a peste fazia vítimas muito antes do que se imaginava.

Os cientistas analisaram esqueletos de agricultores em um túmulo em Falköping e concluíram que todas as cepas da peste descobertas em períodos posteriores – entre elas a do século 14, que matou mais de 50 milhões de pessoas – são variantes da encontrada na pequena cidade sueca.

"Encontrar uma variante tão primitiva (da peste) em Falköping foi completamente inesperado, já que descobertas anteriores indicavam que sua origem estava na Ásia. Essa suposição agora terá que ser revista, e por isso essa é uma descoberta tão significativa", disse, em comunicado, Karl-Göran Sjögren, arqueólogo da Universidade de Gotemburgo.

A hipótese dos pesquisadores é que a praga originou-se na cultura Cucuteni-Trypillia, ao norte do Mar Negro, algumas centenas de anos antes de chegar a Falköping. Depois ela teria se espalhado nas direções leste e oeste.

"A disseminação pode ter sido facilitada pela melhoria da comunicação, graças, entre outros fatores, aos carros de boi, que estavam começando a entrar em uso", disse Sjögren. As descobertas dos pesquisadores ocorridas até o momento foram publicadas nesta quinta-feira (6/12) na revista Cell.

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