Como fica a relação Brasil-Europa frente às questões geopolíticas do velho continente?

Danilo Valeta, diretor na Imagem Corporativa 20 de setembro de 2024 2 minutos
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A reticência da União Europeia em assinar o Acordo de Livre Comércio com o Mercosul dá um sinal claro de que não há mais apetite para a integração política e econômica da Europa. Essa foi a análise apresentada pelo diplomata e ex-diretor do Instituto Rio Branco, José Estanislau do Amaral Souza Neto, durante o European Day.

Para o diplomata, uma tempestade perfeita de infortúnios tem levado a Europa a repensar suas ambições multilaterais. “Os problemas da zona do Euro, como ataques terroristas, fluxos migratórios crescentes, o Brexit, a eleição de Trump e a invasão da Ucrânia, todos esses são sinais claros do declínio do projeto original da União Europeia”, analisou Souza Neto.  “O período de paz extraordinário que tomou a Europa desde o final de 2ª guerra finalmente chegou ao fim.”

A onda nacionalista que varre a Europa tende a se intensificar e a dificultar a vida dos brasileiros que vivem no continente. Apesar disso, os brasileiros continuam sendo preferidos para contratações na Europa frente a outros grupos migratórios. Um relatório do Ministério das Relações Exteriores publicado em 2023 contabilizou cerca de 1,5 milhão de brasileiros vivendo na Europa, em especial em Portugal, Reino Unido, Espanha e Alemanha.

Souza Neto aleta para uma divisão interna no bloco Europeu que a maioria dos brasileiros desconhece: “Há uma divisão entre a Europa do Norte, que é identificada como virtuosa, trabalhadora e formal, e a Europa do Sul, dita perdulária, parasitária e preguiçosa. Essa divisão persiste e alimenta os sentimentos nacionalistas que colocam em xeque a ambição de integração continental”, explicou.

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