A Dinamarca decidiu isolar da vida social do país criminosos estrangeiros condenados à deportação ou imigrantes que tiveram seus pedidos de visto negados, mas que não conseguiram retornar para seus locais de origem. A punição será o envio dessas pessoas para pernoite diário em Lindholm, uma ilha desabitada de sete hectares na província de Vordingborg, na qual funciona um centro de pesquisas de doenças contagiosas de animais.
Essa decisão foi tomada como parte de um acordo entre o governo de coalizão conservador da Dinamarca e o Partido do Povo Dinamarquês, legenda aliada que tem a política anti-imigração entre suas bandeiras. O acerto ocorreu em meio às negociações com o Parlamento para votação do orçamento do país, como registrou o jornal britânico The Telegraph.
O ministro das Finanças dinamarquês, Kristian Jensen, que encabeçou as negociações, disse que a ilha não será uma prisão – as instalações serão entregues em 2021 -, mas acrescentou que qualquer pessoa levada ao local terá que dormir lá. Em sua conta no Twitter, o Partido do Povo celebrou o anúncio postando um desenho animado que mostra um homem de pele escura sendo jogado de um navio em uma ilha deserta.
De acordo com o site de notícias dinamarquês The Local, nomes importantes da oposição criticaram fortemente as propostas, que um político descreveu como um "colapso humanitário". "O governo que eu quero liderar nunca forçaria as pessoas a uma ilha deserta", disse Uffe Elbæk, candidato a primeiro-ministro e líder do partido Alternative. "As políticas desumanas estão criando uma Dinamarca completamente diferente da Dinamarca que eu amo."
Morten Østergaard, líder dos Sociais Liberais, disse que a instalação da ilha será meramente um gesto "simbólico" que não iria atacar a causa raiz do crime do país e os problemas de imigração. Já existem dois centros de detenção na Dinamarca para criminosos e pessoas que pediram asilo e não conseguiramr: Kærshovedgård e Sjælsmark.
Embora quase 87% da população do país seja descendente de dinamarqueses, o número de migrantes e refugiados de países não ocidentais, como o Afeganistão e a Síria, aumentou consideravelmente.