Brasil busca modernizar indústria e recuperar competitividade com acordo Mercosul-União Europeia

12 de dezembro de 2024 3 minutos
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O acordo comercial entre Mercosul e União Europeia reacende debates sobre o futuro da competitividade brasileira em um cenário global. Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o pacto representa uma oportunidade única para modernizar o parque industrial do país, embora os desafios estruturais permaneçam como um entrave para aproveitar plenamente os benefícios do acordo.

Para a Firjan, o acordo pode ser o catalisador necessário para uma reindustrialização do Brasil, permitindo a adoção de tecnologias avançadas e a integração do país em cadeias produtivas globais. A União Europeia, reconhecida por sua liderança em inovação e sustentabilidade, apresenta-se como uma parceira estratégica para transferir conhecimento, insumos tecnológicos e práticas de eficiência energética ao setor industrial brasileiro.

“O Brasil precisa de reformas e investimentos que aumentem a competitividade da nossa indústria. O acordo Mercosul-UE pode ser um passo importante, desde que haja uma estratégia clara para modernizar nossas fábricas e alinhar nossa produção aos padrões internacionais”, afirmou Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan.

A modernização do parque industrial é vista como essencial não apenas para aumentar a produtividade, mas também para atender às demandas ambientais impostas por mercados externos, especialmente os europeus. A Firjan defende que o setor industrial brasileiro deve se adaptar rapidamente às exigências de sustentabilidade, que estão no centro da agenda comercial da União Europeia.

Competitividade em queda

Embora o acordo represente um avanço, ele chega em um momento delicado para a economia brasileira. Dados recentes da Firjan mostram que o Brasil caiu no ranking de competitividade global, ocupando a 40ª posição entre 45 países avaliados. O estudo destaca problemas crônicos como a alta carga tributária, burocracia excessiva e infraestrutura deficitária como fatores que restringem o crescimento da produtividade nacional.

Essa queda reflete a dificuldade do Brasil em competir com países que já possuem indústrias mais modernas e integradas às cadeias globais. Com o acordo Mercosul-UE, especialistas alertam que a indústria brasileira pode enfrentar ainda mais pressão para se adequar a padrões rigorosos, sem as reformas estruturais necessárias para corrigir as ineficiências internas.

“Sem uma agenda robusta de competitividade, o Brasil corre o risco de ampliar a dependência de produtos primários nas exportações para a Europa, enquanto importa bens de alto valor agregado”, alerta o estudo da Firjan.

Para a Firjan, o Brasil precisa aproveitar o acordo como um estímulo para implementar reformas que melhorem o ambiente de negócios. Entre as prioridades estão a redução da carga tributária, a simplificação de processos regulatórios e o aumento de investimentos em infraestrutura e educação técnica. Sem esses avanços, o acordo pode se tornar uma via de mão única, beneficiando mais os parceiros europeus do que a indústria local.

O setor industrial também precisa investir em inovação e capacitação para competir em mercados que exigem produtos mais tecnológicos e sustentáveis. O foco em digitalização, automação e eficiência energética será crucial para elevar o padrão da produção nacional e fortalecer a presença brasileira no comércio internacional.

 

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