Durante o painel ‘Eleições americanas, o futuro das relações Estados Unidos-Europa e o impacto desse cenário para o Brasil’, o jornalista Caio Blinder informou que vê tanto pelo candidato republicano, Donald Trump, quanto pela democrata Kamala Harris um “certo abandono nas relações com o continente europeu”.
“Biden pode ser o último presidente norte-americano a priorizar relações com a Europa. Acredito que até pela idade e trajetória ele é bastante empenhado em manter essa aproximação, mas desde o governo Obama o que vemos é afastamento. O foco agora é a Ásia”, ressalta o jornalista.
Pesquisa realizada pelo NY Times e divulgada nesta quinta-feira (19) sobre as eleições norte-americanas informa que ambos os candidatos estão empatados com 47% das intenções de votos.
“Fazendo um paralelo com o jogo de tênis, são duas duplas de cada lado disputando ponto por ponto. Do lado dos democratas estão a defesa pela democracia e o direito pelo aborto, e do lado de Trump está o fortalecimento da economia e a imigração”, destaca Blinder. “Existe uma percepção que os democratas têm maior frouxidão com o tema imigração, por isso a própria Kamala tem adotado um discurso mais rígido. O mesmo que está acontecendo na Europa nesse momento, a própria Alemanha informou recentemente que irá fechar fronteiras”.
Segundo o jornalista, os países europeus preferem que Kamala ganhe as eleições, mas estão se preparando para uma possível vitória do republicano. “O Trump não segue a tradicional política externa americana e os EUA tem sido mais protecionista do que nunca, o que afeta a Europa, mas também o Brasil”.
O European Day aconteceu nesta quinta-feira (19) no Hotel Renaissance em São Paulo e reuniu, além do jornalista Caio Blinder, o embaixador José Estanislau do Amaral Souza Neto, o professor de Relações Internacionais da FGV Oliver Stuenkel, a economista Lucila Ribeiro, o professor do Insper Roberto Dumas, a cientista e empreendedora Danielle Moraes, o diretor da Câmara de Comércio Suécia-Brasil Jonas Lindstrom, o diretor da BMJ Consultoria José Luiz Pimenta e o cônsul adjunto da França em São Paulo Ian Balat.