Antti Rinne renuncia, e Finlândia buscará novo primeiro-ministro

O chefe de governo finlandês, que estava no cargo desde junho, decidiu deixar o posto após perder o apoio de um dos partidos de sua coalizão

04 de dezembro de 2019 3 minutos
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O primeiro-ministro da Finlândia, Antti Rinne, renunciou ao cargo nesta terça-feira (3/12), após ter assumido o posto em junho. O liberal Partido do Centro, principal parceiro do social-democrata no governo de coalizão, decidiu retirar a confiança em Rinne como líder do Executivo.

A renúncia, formalizada em pedido apresentado a Sauli Niinistö, presidente do país, ocorreu pouco antes de o Rinne enfrentar uma moção de censura no Parlamento (Eduskunta), apresentada pela oposição. O argumento foi de má administração do governo na resolução de uma disputa trabalhista dentro da empresa estatal de correios, a Posti.

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O Partido Social-Democrata (SDP) precisa agora designar o sucessor de Rinne e formar um novo governo, sujeito à aprovação do  Parlamento na próxima semana. Sanna Marin, vice-presidente da legenda e ministra dos Transportes, anunciou estar disposta ao desafio, registra o jornal finlandês Uusi Suomi.

Caso seu nome seja de fato indicado e aprovado, a Escandinávia passará a ter quatro países governados simultaneamente por mulheres. As outras primeiras-ministras são Katrín Jakobsdóttir (Islândia), Erna Solberg (Noruega) e Mette Frederiksen (Dinamarca).

Mas a coalizão de governo – composta pelo SDP, o Partido do Centro, os Verdes, a Aliança de Esquerda e o Partido Popular Sueco da Finlândia – ainda precisa superar a moção de censura. Se essa barreira não for vencida, novas eleições podem ser convocadas.

Na última sexta-feira (29/11), também renunciou a ministra Sirpa Pateero, responsável pelas empresas estatais, como a Posti. Rinne e Pateero foram acusados de fornecer informações imprecisas e contraditórias sobre a transferência de contratos de trabalho de 700 funcionários, o que reduziria seus salários.

As renúncias ocorrem após duas semanas de greves, em que trabalhadores da Posti cessaram as atividades para pressionar os governantes. Funcionários de outras empresas aderiram ao movimento, como os da companhia aérea Finnair, que cancelou 300 voos.

Esta é a segunda renúncia de um primeiro-ministro finlandês ocorrida em 2019. Em março, já no fim de seu mandato, Juha Sipilä anunciou que deixaria o cargo por não ter conseguido construir consenso no Parlamento sobre uma série de reformas, em particular do sistema de saúde.

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