Alemanha supera Japão e assume terceira posição na economia global

21 de fevereiro de 2024 3 minutos
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Numa reviravolta surpreendente nos cenários econômicos globais, a Alemanha conquistou o terceiro lugar, ultrapassando o Japão, tornando-se a terceira maior economia do mundo. Isso ocorreu após o país asiático enfrentar uma retração no último trimestre de 2023. O governo de Tóquio explicou que a economia japonesa recuou a uma taxa anual de 0,4% entre outubro e dezembro, apesar de ter crescido 1,9% ao longo de todo o ano de 2023.

Durante o período entre julho e setembro, a atividade econômica no Japão sofreu uma queda de 2,9%, marcando dois trimestres consecutivos de contração, indicando uma recessão técnica. Segundo os economistas, a relativa fraqueza da economia japonesa também reflete o declínio populacional, bem como a diminuição da produtividade e competitividade.

Até 2010, a economia japonesa ocupava a segunda posição no mundo antes de ser ultrapassada pela China. No último ano, o PIB nominal japonês atingiu 4,2 trilhões de dólares, enquanto o da Alemanha alcançou 4,4 ou 4,5 trilhões, dependendo da taxa de câmbio. No entanto, a Alemanha também enfrenta seus próprios desafios econômicos, com previsões indicando um crescimento leve de apenas 0,3% em 2024, abaixo dos 0,8% inicialmente projetados no outono.

Quais são as razões por trás do enfraquecimento econômico do Japão?

Historicamente considerado um “milagre econômico”, o Japão se reconstruiu após a Segunda Guerra Mundial para se tornar a segunda maior economia do mundo, abaixo apenas dos Estados Unidos. No entanto, nas últimas três décadas, a economia japonesa tem apresentado apenas um crescimento moderado, permanecendo estagnada desde o colapso de sua bolha financeira em 1990.

O Japão é um país insular com uma baixa proporção de residentes estrangeiros. Enquanto a população japonesa diminui e envelhece ao longo dos anos, a Alemanha experimentou um crescimento populacional significativo, com quase 85 milhões de habitantes, impulsionado pelo fluxo de imigrantes que compensa uma taxa de natalidade mais baixa.

Um dos principais fatores que contribuíram para o enfraquecimento do Japão foi a desvalorização do iene japonês, uma vez que as comparações do PIB nominal são feitas em dólares. As autoridades japonesas tentaram defender o iene na terça-feira à noite, mas até agora seus esforços foram ineficazes.

O principal diplomata japonês em questões monetárias, Masato Kanda, expressou sua insatisfação com os movimentos rápidos do iene, sugerindo a possibilidade de intervenção cambial como uma solução. Entretanto, o Ministro das Finanças japonês, Shun’ichi Suzuki, enfatizou a importância da estabilidade das moedas e sua correlação com os fundamentos econômicos, monitorando de perto os movimentos cambiais.

Desafios estruturais do Japão

O Japão tem enfrentado desafios econômicos desde a crise imobiliária da década de 1990, que resultou em uma estagnação econômica com um crescimento anual magro de 0,7%. Além disso, o país enfrenta o envelhecimento de sua população, levando a uma diminuição da força de trabalho ativa e pressionando o governo a fornecer cuidados de saúde e seguridade social.

O Japão, uma potência econômica global, enfrenta desafios significativos para reverter sua recente desaceleração. As políticas econômicas adotadas nos próximos anos serão cruciais para seu posicionamento no cenário econômico mundial.

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